Projeto de extensão promove inclusão e conhecimento ao difundir LIBRAS na comunidade acadêmica do campus Poços de Caldas

Visita ao INES destaca o impacto do projeto na educação e integração social
(Imagem: Canva Pro)

O projeto de extensão “Inclusão e Comunicação: Promovendo a LIBRAS na Comunidade Acadêmica do Campus Poços de Caldas” tem se destacado como um catalisador de inclusão social e acadêmica através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Sob a coordenação de Kênia Eliber Vieira e com o apoio dos coordenadores adjuntos Lucas Delbello Santos e Simone Venâncio Martins, o projeto, agora em sua terceira edição, já alcançou transformações significativas na dinâmica do campus.

(Foto: arquivo do projeto)

Desde sua concepção, o projeto tem gerado um crescente interesse pelo aprendizado de LIBRAS entre estudantes e servidores, especialmente através da interação com Hainoã, uma estudante surda do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia (BiCT). A iniciativa visa não apenas facilitar a comunicação, mas também promover a compreensão cultural e a inclusão genuína.

Lucas Delbello Santos, intérprete de LIBRAS e coordenador adjunto, relata: “Quando cheguei à UNIFAL-MG, Hainoã estava desmotivada e com um sentimento de não pertencimento. Nossa primeira ação, juntamente com Kênia e outros profissionais, foi criar um curso de LIBRAS para toda a comunidade acadêmica. Incluímos Hainoã no processo de ministrar aulas, promovendo interação e mostrando que pessoas com deficiência podem e devem estar em diversos espaços.”

(Foto: arquivo projeto)

Ele destaca que a partir do início do projeto, Hainoã obteve 100% de aprovação nas disciplinas, uma mudança significativa que ele atribui à adaptação das metodologias de ensino pelos professores e à participação ativa da comunidade acadêmica nas aulas de LIBRAS. “Os professores aprenderam a se comunicar com Hainoã e disseminaram esse conhecimento, ampliando a conscientização sobre a inclusão.”

Este semestre, o projeto também recebeu Bianca, uma participante surda de apenas 5 anos, acompanhada por sua mãe e profissionais da educação de sua pré-escola em Ipuiuna-MG. Camila Ramos, professora regente de Bianca, destacou: “O projeto contribui de maneira positiva para enriquecer o vocabulário e aprendizado da língua de sinais da aluna Bianca e também a percepção dela em relação à convivência com a Hainoã. Estou encantada com a língua de sinais e muito feliz com a inclusão dela na comunidade surda.”

Visita ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES)

(Foto: arquivo do projeto)

Como parte das atividades do projeto, uma visita ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro, foi organizada no dia 26 de novembro. O INES, instituição histórica e referência nacional na educação de surdos, fundada em 1857, proporcionou aos participantes uma imersão na cultura e educação de surdos no Brasil. “O objetivo da visita foi promover o conhecimento a respeito da cultura surda e a história da inserção de LIBRAS na educação”, explica Kênia Eliber Vieira, coordenadora do projeto. “Foi uma experiência que ampliou nosso olhar para a inclusão e para o valor da educação no fortalecimento de direitos e oportunidades.”

Durante a visita, os participantes tiveram acesso às diversas instalações do instituto, incluindo escolas, laboratórios de pesquisa e espaços culturais. Para eles, a experiência prática “complementou o aprendizado teórico desenvolvido no campus, reforçando a importância da LIBRAS como ferramenta essencial de comunicação e inclusão”.

(Foto: arquivo do projeto)

Para Hainoã, que estudou no INES quando criança, a visita foi especialmente significativa. “Voltar ao INES depois de tantos anos foi um presente incrível. Estou profundamente grata à UNIFAL-MG por me proporcionar essa oportunidade”, expressou ela emocionada.

Lucas Delbello Santos explica: “A visita ao INES nos permitiu vivenciar que tudo o que aprendemos era real. Compreendemos que a história da língua de sinais foi marcada por batalhas e conquistas, mas também por muito sofrimento. Aprendemos que, durante décadas, os surdos eram impedidos de se comunicar em LIBRAS, mas isso não os impediu de lutar por sua língua materna.”

Kênia, que atua na coordenadoria de Assuntos Comunitários e Estudantis do campus Poços de Caldas, comentou sobre o impacto da visita: “Nosso campus mudou, a Hainoã agora consegue se comunicar efetivamente com seus colegas. Libras não é apenas um idioma, mas uma ponte que conecta pessoas e histórias. Conhecer o INES reforçou nosso compromisso com a inclusão.”

(Foto: arquivo do projeto)

Simone Venâncio Martins, intérprete de LIBRAS e coordenadora adjunta do projeto, descreveu a visita como uma experiência enriquecedora: “Foi emocionante vivenciar a importância do INES na educação de surdos e entender o impacto positivo que ele tem na formação de tantas pessoas. Saí de lá com o coração cheio de aprendizado e gratidão.”

Já Samuel Ferraz Gonçalves, estudante e participante do projeto, compartilhou: “Ver como funciona o instituto nos deu uma nova perspectiva sobre o aprendizado de LIBRAS. Conheci pessoas incríveis e levo essa experiência como uma bagagem para a vida.” Camila Ramos, finaliza, ressaltando a importância da inclusão: “A visita ao INES contribuiu muito para perceber a luta da comunidade surda e a importância de um espaço inclusivo na sociedade. A convivência do grupo foi harmoniosa e enriquecedora. Sou grata pela oportunidade de ter vivenciado e aprendido com o projeto.”

Para mais informações sobre o projeto, entre em contato com a coordenadora Kênia Eliber Vieira pelo e-mail kenia.vieira@unifal-mg.edu.br ou pelo WhatsApp 3536974637.

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