No dia 28 de dezembro de 2024, o portal G1 Sul de Minas publicou uma pesquisa desenvolvida na UNIFAL-MG que investiga as raízes africanas de Cabo Verde, município localizado no Sul de Minas Gerais. Os pesquisadores Luís Eduardo Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em História Ibérica, e a antropóloga Lídia Torres, criaram o coletivo Memória, Oralidade e Ancestralidade (Memora) para organizar as pesquisas existentes e estimular novas investigações.
Dentre os trabalhos desenvolvidos pelo coletivo está a pesquisa de mestrado do historiador Luís Eduardo Oliveira, defendido em setembro de 2024. A pesquisa, que utilizou como base um livro de registros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Cabo Verde, revelou que as pessoas negras escravizadas em Cabo Verde (MG) foram retiradas de outros países africanos e, posteriormente, passavam pelo arquipélago Cabo Verde, onde eram registradas. No local, elas recebiam o sobrenome “Cabo Verde”, que marcou a história do município mineiro.
“Nós sabemos pelas pesquisas que tinham negros da Angola, do Congo, de Moçambique, mas definitivamente, a Ilha de Cabo Verde não foi um ponto de escravização, mas, sim, de embarque, desembarque e abastecimento”, explicou o historiador.
Os pesquisadores Luís Eduardo e Lídia Torres lançaram também o documentário “Nas contas do Rosário: Espaços de memória, fé e (r)existência negra em Cabo Verde”, no qual registram a história local, integrando as pesquisas dos dois profissionais e oferecendo um panorama sobre as relações interétnicas e a convivência entre os povos indígenas e negros em Cabo Verde.