UNIFAL-MG promove ações educativas e culturais na XVI Semana Nacional de Museus

Com o tema “O futuro dos Museus em comunidades em rápida transformação”, a data visa celebrar a importância dos museus na preservação da cultura e história da humanidade
Participantes da XVI Semana Nacional de Museus na UNIFAL-MG durante a cerimônia de abertura, realizada na Praça Amália Engel, em Alfenas-MG (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

O Museu da Memória e Patrimônio da UNIFAL-MG realizou a XVI Semana Nacional de Museus na Universidade. O evento foi marcado por apresentações musicais e de pesquisas, palestras, rodas de leituras, mesas redondas e exposições com visitas guiadas. A atividade objetiva sensibilizar o público sobre o papel fundamental dos museus na sociedade e incentivar diferentes segmentos a visitar e apreciar esses espaços.

Professora Andréa Paffaro, diretora do Museu da UNIFAL-MG, durante a mesa de abertura do evento (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

A iniciativa foi coordenada pela professora do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UNIFAL-MG e diretora do Museu da Universidade, Andréa Mollica do Amarante Paffaro, com o apoio do professor Charles Guimarães Lopes, pró-reitor adjunto de Planejamento, Orçamento e Desenvolvimento Institucional da UNIFAL-MG, que atuou como vice-coordenador da iniciativa. O evento ocorreu entre os dias 28 de maio e 01 de junho, integrado à XXIII Semana Nacional dos Museus, que ocorre em território nacional, em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, celebrado em 18 de maio.

A atividade, resultado de um trabalho coletivo, contou com uma extensa equipe de organização, composta por comissões responsáveis por suporte e infraestrutura, marketing e divulgação, organização científica e montagem da exposição sobre o assentamento do Quilombo Campo Grande, localizado no município de Campo do Meio-MG, que marcou a cerimônia oficial de abertura na Praça Amália Engel, em Alfenas-MG, no dia 28 de maio, às 19h. A iniciativa também contou com o apoio de estudantes, professoras e professores da UNIFAL-MG.

“Dentro dos contextos regionais da atualidade, um tema que ainda não havia sido trabalhado em eventos anteriores pelo Museu era a temática das lutas pela terra, e decidimos então, focar na história da comunidade do Quilombo Campo Grande”, destaca Andréa Paffaro. De acordo com ela, esta comunidade possui uma aproximação bastante estreita com projetos da Universidade há alguns anos.

Apresentação musical do trio “Nobres Pardais” dá início às atividades da Semana de Museu (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

Segundo a docente, os temas das atividades foram pensados a partir da realidade da população da região, a fim de contar suas histórias e dialogar sobre suas transformações. “Pensamos em discutir a respeito da importância do patrimônio e divulgar projetos e atividades dos museus e da Universidade que conversem com esta temática”, salienta.

Mesa-redonda “Quilombo Campo Grande: Raízes, Resistência e Renovação” composta, da esquerda para a direita, por Débora Borges; assistente de saúde do assentamento; Sebastião Mélia, membro da comunidade; Tani Rose, ex-vereadora de Alfenas-MG; e Ricarda Costapela, também membro do Quilombo (Foto: Arquivo Pessoal)

A abertura oficial do evento contou com apresentação musical do trio de compositores “Nobres Pardais”. Na mesma noite, aconteceu a mesa redonda “Quilombo Campo Grande: Raízes Resistência e Renovação”, ministrada por Ricarda Maria Gonçalves da Costapela e Sebastião Mélia Marques, membros da comunidade do Quilombo; Débora Vieira de Jesus Borges, assistente de saúde da comunidade; e mediada por Tani Rose Ribeiro, ex-vereadora de Alfenas-MG e também membro.

Exposição “Memórias do Quilombo Campo Grande: Uma Jornada através do tempo” (Fotos: Dicom/UNIFAL-MG)

A cerimônia foi encerrada com a inauguração da exposição “Memórias do Quilombo Campo Grande: Uma Jornada Através do Tempo”. A expografia da mostra exibiu uma linha do tempo, com fotos e objetos representativos do assentamento. Vídeos e documentários já produzidos pela UNIFAL-MG para a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular do Sul de Minas (JURA), disponibilizados pela professora Tati Ishikaua, além de materiais fornecidos pelo movimento do MST foram apresentados na exposição. Além disso, foi montada uma sala imersiva com um novo material de multimídia editado pela equipe do Museu.

Apresentação do bloco “Pisa Ligeiro” durante o primeiro dia de evento (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

“Como não tínhamos espaço para montagem da exposição no prédio do Museu da UNIFAL-MG, foi proposta uma parceria com a Secretaria Municipal da Cultura (SECULT) de Alfenas-MG para que a exposição fosse montada em conjunto na casa da Estação”, explica a professora. Ela enfatiza a expectativa de que a parceria entre o Museu da UNIFAL-MG e a SECULT gere outros frutos.

Mesa de abertura composta, da esquerda para a direita, pelo professor Vinícius Xavier; pela diretora do Museu Andréa Paffaro; pela diretora de políticas culturais Isabelle Medeiros; e pela professora Daniela Eufrásio (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

Andrea Paffaro destaca que a iniciativa teve grande impacto pela presença das pessoas que vivem no assentamento do Quilombo, as quais compartilharam suas histórias, seus coletivos e suas lutas, e auxiliaram na montagem da exposição. O bloco “Pisa Ligeiro”, do assentamento, apresentou músicas autorais, com instrumentos musicais produzidos a partir de ferramentas do campo. A UNIFAL-MG disponibilizou um ônibus para o transporte da comunidade até o evento.

A mesa de abertura foi composta pela professora Andréa Paffaro; pelo professor do Instituto de Ciências da Natureza e diretor do Museu de História Natural da UNIFAL-MG, Vinícius Xavier da Silva; pela professora Daniella Aparecida Eufrásio, coordenadora da pró-reitoria de extensão e cultura da UNIFAL-MG; e pela diretora de políticas culturais de Alfenas-MG, Isabelle Medeiros de Freitas.

Professora Lívia Monteiro durante a palestra “Passados, Presentes, Patrimônios e Memórias Negras e Afro-indígenas em Comunidades Mineiras” (Foto: Arquivo Pessoal)

Na segunda noite de atividades, no Museu da UNIFAL-MG, foram apresentadas pesquisas sobre histórias e patrimônios de outras comunidades regionais, durante a palestra “Passados, Presentes, Patrimônios e Memórias Negras e Afro-indígenas em Comunidades Mineiras”, ministrada pela professora Lívia Monteiro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da UNIFAL-MG.

Completando a programação da noite, a escritora e editora Nádia Alonso, da Cria Editora, apresentou o livro infantil “Mar de Plástico”. Sua apresentação foi acompanhada por uma exposição com quadros que ilustram a obra. A proposta dialoga com o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia deste ano, que aborda os cuidados necessários com as águas e os oceanos.

Historiador Evandro Moraes durante a palestra “Museu Patrimônio e Comunidades” (Foto: Arquivo Pessoal)

A terceira noite do evento, também realizada no Museu da UNIFAL-MG, teve início com a palestra “Museu Patrimônio e Comunidades”, ministrada pelo historiador Evandro Moraes. A programação incluiu ainda a mesa redonda “Vivências dos Bastidores, Expografia e Montagem da Exposição ‘Recortes da EFOA à UNIFAL-MG’”, composta pela professora Andréa Paffaro e  Bianca Amaral, pós-graduanda em História Ibérica pela UNIFAL-MG.

“Esta exposição foi inaugurada em comemoração aos 110 anos da Universidade e conta a história da UNIFAL-MG desde a sua fundação como EFOA, em 1914, através de fotos e objetos”, afirma Andréa Paffaro. Entre as atividades, ocorreu apresentações de trabalhos orais de projetos desenvolvidos nos museus da UNIFAL-MG, na Universidade e na região, sobre as temáticas que envolvem o evento.

Camerata Theophillus se apresenta no Museu da UNIFAL-MG (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

A última noite do evento iniciou com a apresentação da Camerata Theophillus e incluiu visitação aberta às exposições, além de uma palestra sobre projeto recém-aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A palestra, intitulada “Museu Itinerante de Saúde e Ciências: Educação para Vacinação em Comunidades Quilombolas e Rurais do Sul de Minas Gerais”, foi ministrada pela mestranda Lara Vilela Augusto, orientanda da professora Patrícia Paiva Corsetti de Almeida, coordenadora do projeto.

A mestranda Lara Vilela Augusto, durante a palestra “Museu Itinerante de Saúde e Ciências: Educação para Vacinação em Comunidades Quilombolas e Rurais do Sul de Minas Gerais” (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

“A ideia deste projeto surgiu da necessidade de combater as Fake News sobre vacinas e ampliar o índice de vacinação principalmente nas comunidades mais vulneráveis”, enfatiza Andréa Paffaro.

Fernanda Santana Rabello Castro, presidenta do IBRAM, durante atividade no evento (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

Entre os convidados da Semana, o evento recebeu, no dia 31 de maio, a presidenta do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), Fernanda Santana Rabello Castro, acompanhada pelo Chefe da Assessoria de Relações Institucionais do Instituto, Michel Rocha Correia. Ambos visitaram os espaços museais da Universidade e se reuniram com membros do Conselho do Sistema de Museus da UNIFAL-MG, além do vice-reitor da Universidade, o professor Alessandro Antônio Costa Pereira; o pós-reitor de graduação, o professor Wellington Ferreira Lima; e o pró-reitor de extensão e cultura, José Francisco Lopes Xarão.

Fernanda Rabello e Michel Correia também participaram de um bate-papo com a comunidade sobre a importância e impacto dos museus para pessoas e comunidades no mundo atual. Em sua fala, a presidenta do IBRAM destacou a importância dos museus universitários, ressaltando sua atuação no ensino, pesquisa e extensão, fundamentais para o cumprimento do papel social das universidades, além dos desafios enfrentados por esses espaços, como a escassez de recursos, as estruturas antigas e a ausência de profissionais especializados.

Mesa de encerramento composta, da esquerda para a direita, por Fernanda Rabello, presidenta do IBRAM; Francisco Xarão, pró-reitor de extensão e cultura da UNIFAL-MG; Alessandro Costa Pereira, vice-reitor da UNIFAL-MG; Andréa Paffaro, diretora do Museu da UNIFAL-MG; e Vinícius Xavier, coordenador do Museu de História Natural da UNIFAL-MG (Foto: Dicom/UNIFAL-MG)

“Contar com a presença ilustre da Fernanda foi um marco muito importante para todos (…), serviu para destacar, a cada um de nós, a importância dos nossos museus e espaços culturais”, enfatiza Andrea Paffaro.

Estudantes da Escola Escola Municipal Olinto Magalhães visitam as exposições (Foto: Arquivo Pessoal)

Durante o evento, ainda foram realizadas visitas agendadas de escolas da região, como a Escola Municipal Olinto Magalhães, de Fama, no dia 31 de maio, e a Escola Estadual Eduardo Galeano, localizada no assentamento do MST em Campo do Meio, no dia 29 de maio. Na ocasião os estudantes da Eduardo Galeano cantaram o hino dos ”sem terrinha” enquanto visitavam a exposição.

Crianças do Quilombo Campo Grande, “os sem terrinhas”, durante atividade no evento.

Por fim, uma roda de leitura infantil, coordenada pelas professoras do ICHL da UNIFAL-MG, Débora Eufrásio e Renata Junqueira, marcou o último dia de evento. A roda aconteceu no Museu da UNIFAL-MG.

A exposição “Memórias do Quilombo Campo Grande: Uma Jornada através do tempo” está aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, até o dia 18 de junho, e também no sábado, 14 de junho, das 13h às 18h.

(Fotos: Dicom/UNIFAL-MG e Arquivo Pessoal)

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