A tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante na educação, permitindo novas formas de ensinar e aprender. Nesse contexto, a ferramenta ChatGPT se destaca como uma alternativa inovadora que pode auxiliar professores a aprimorarem a qualidade do ensino e tornarem o processo de aprendizagem mais eficiente e personalizado. Pensando nisso, uma equipe da Escola de Enfermagem da UNIFAL-MG se uniu para investigar como docentes brasileiros utilizam a ferramenta ChatGPT em seu processo de trabalho.
Intitulada “Utilização e usabilidade do ChatGPT por professores de ensino superior e de pós-graduação no Brasil”, a pesquisa está sendo realizada por meio de um formulário eletrônico que aborda características dos docentes participantes, segundo aspectos sociodemográficos e institucionais, e informações sobre o uso do sistema de inteligência artificial ChatGPT. As perguntas buscam identificar a visão global de usabilidade da ferramenta (considerando eficácia, eficiência e satisfação) e analisar se existe associação entre as características sociodemográficas, institucionais e de usabilidade com o perfil de uso do sistema ChatGPT dos docentes do ensino superior.
O projeto é liderado pela professora da Escola de Enfermagem, Isabelle Cristinne Pinto Costa, em colaboração com o Prof. Murilo César do Nascimento e a TAE Lucélia Terra Chini. A equipe coordenadora acredita que a pesquisa tem o potencial de gerar conhecimento que contribuirá para aprimorar o uso do ChatGPT como uma ferramenta educacional eficaz. “Como pesquisadora, sempre me fascinei pela interseção entre tecnologia e educação. E percebi que o ChatGPT tem o potencial de revolucionar a forma como os professores interagem com seus alunos e facilitam o aprendizado. A ideia nasceu da minha vontade de investigar como os professores estão adotando e aproveitando essa tecnologia em suas práticas pedagógicas”, contou a Profa. Isabelle.
A docente utiliza a ferramenta em suas atividades educacionais e tarefas de gestão, como na escrita de e-mails e comunicações formais. “O ChatGPT me permite simular situações clínicas ou cenários práticos, os alunos podem interagir com um “paciente virtual” e praticar suas habilidades de raciocínio clínico. Essa abordagem interativa promove um ambiente de aprendizagem ativo e engajador, e os alunos testam suas habilidades e recebem feedback instantâneo”, afirmou.
Para ela, o ChatGPT pode atuar como uma ferramenta de apoio ao professor, aliviando parte da carga de trabalho administrativo, como responder a perguntas frequentes ou fornecer orientações básicas. Isso permite que os professores se concentrem em tarefas mais complexas, como o planejamento de aulas, a criação de conteúdo e a orientação individualizada dos alunos. Outros benefícios apontados são o estímulo a criatividade e o pensamento crítico dos alunos, bem como a internacionalização da educação superior.
“Ao interagir com a ferramenta, os alunos são desafiados a formular perguntas, analisar as respostas fornecidas e buscar soluções para problemas complexos. Isso promove o desenvolvimento de habilidades cognitivas e a capacidade de lidar com situações desafiadoras. Além disso, o acesso a conteúdos e informações em diferentes idiomas e culturas ampliam as perspectivas e os prepara para um mundo globalizado e interconectado”, defende a coordenadora da pesquisa.
No entanto, a docente também ressalta que é essencial exercer discernimento e revisar cuidadosamente o resultado gerado pelo sistema. “A ferramenta não substitui a interação direta entre professor e aluno. O objetivo é aproveitar as vantagens da inteligência artificial para enriquecer a experiência de aprendizagem, mantendo sempre o contato e a orientação pessoal como elementos fundamentais no processo educacional. O ChatGPT é uma ferramenta auxiliar poderosa, mas é a combinação inteligente entre a tecnologia e a expertise do professor que promove uma educação eficaz e significativa”, finaliza.
Para participar da pesquisa, basta ter mais de 18 anos, ser professor(a) de ensino superior e pós-graduação; e atuar em uma instituição de ensino superior e de pós-graduação há mais de seis meses. O formulário de pesquisa ficará aberto até setembro de 2023 e está disponível neste link!