Projeto Narrativas Sustentáveis inspira ação ambiental e une os três campi da UNIFAL‑MG

Encontros de leitura e debate ambiental inspiram transformação sustentável e aproximam comunidades acadêmicas de Poços de Caldas, Alfenas e Varginha
Projeto de Extensão Narrativas Sustentáveis: participantes relatam impactos e planejam novos temas (Foto: Canva Pro)

O projeto de extensão “Narrativas Sustentáveis” chegou ao segundo semestre deste ano com saldo positivo. Lançado em janeiro de 2025 com a proposta de promover a conscientização ambiental por meio da leitura, o grupo, organizado pelo Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) do campus Poços de Caldas, realizou encontros mensais remotos de fevereiro a julho, reunindo estudantes e docentes de diversos cursos da UNIFAL‑MG.

Sob coordenação do professor Dalmo Arantes de Barros e da professora Teresa Cristina Monteiro Martins, o cronograma do 1º semestre contemplou Ideias para adiar o fim do mundo (Ailton Krenak), A vida secreta das árvores (Peter Wohlleben) e Primavera silenciosa (Rachel Carson). Textos técnicos como Colapso (Jared Diamond) e Nossa casa está em chamas (Greta Thunberg) complementaram as discussões, sempre mediadas por bolsistas e voluntários.

Carla Cristina (Foto: arquivo pessoal)

A estudante de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, Carla Cristina, voluntária no projeto, diz ter conhecido a iniciativa por meio de e‑mail e redes sociais. Ela participou de dois encontros, nos quais se encantou com as discussões em torno do livro Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak. “Os debates são um bálsamo, um incentivo à leitura”, afirma, acrescentando que a proposta transmite conhecimento, paz e desejo pela leitura.

Laura Fernanda Belarmino Teixeira (Foto: arquivo pessoal)

Também de Gestão Ambiental, Laura Fernanda Belarmino Teixeira destacou que soube do projeto por divulgação e indicação de amigos. Participante e voluntária, ela acompanhou três encontros e ressalta que a obra de Krenak a marcou profundamente ao tratar da urgência ambiental e da resistência indígena. “As discussões foram extremamente reflexivas”, diz. Ela acredita que o projeto inspira a levar os temas para o convívio familiar e acadêmico e sugere a inclusão de formatos diversificados nos próximos encontros: “Textos curtos, resenhas e podcasts tornariam a experiência mais dinâmica”.

Mauro Raphael Gomes Camargo (Foto: arquivo pessoal)

O bolsista Mauro Raphael Gomes Camargo relata que o projeto mudou sua rotina. Ao ler Primavera silenciosa, ele percebeu como o uso indiscriminado de pesticidas impacta os ecossistemas e, em casa, passou a adubar sua horta apenas com compostos orgânicos. Para Mauro, a riqueza do grupo está na diversidade de perspectivas: “É bem proveitoso participar dos debates e ouvir a contribuição de integrantes de várias áreas”. O feedback espontâneo também o motiva: um participante comentou, em formulário anônimo, que apreciou ver diferentes interpretações de cada trecho – algo que, segundo Mauro, mostra a cultura de diálogo do grupo.

Participação e produção de conhecimento

Segundo os coordenadores do projeto, entre fevereiro e julho, o projeto contou com 30 a 40 participantes ativos. Além de estudantes de Gestão Ambiental (EAD), houve adesão de alunos e alunas de Engenharia Ambiental, Ciências Biológicas, Letras, Ciências Sociais, Ciência da Computação, Química, Geografia, Administração Pública, Medicina, Física, Pedagogia e outros cursos. Os encontros atraíram participantes dos campi Poços de Caldas, Alfenas, Varginha e EAD, com predominância de participação feminina, mas envolvendo pessoas de diferentes gêneros.

Prof. Dalmo Arantes de Barros (Foto: arquivo pessoal)

Embora ainda não tenha artigos finalizados, a equipe está desenvolvendo uma pesquisa de iniciação científica e publica semanalmente textos nas redes sociais do projeto, sobretudo no Instagram, para engajar a comunidade externa. “Buscamos envolver cada vez mais pessoas fora do ambiente acadêmico”, afirma o professor Dalmo. Esse esforço de divulgação retoma o objetivo do lançamento do projeto, que visava engajar a sociedade acadêmica na construção de um futuro sustentável.

Profa. Teresa Cristina Monteiro Martins (Foto: arquivo pessoal)

A adesão no primeiro semestre motivou a coordenação a manter a mesma estrutura de encontros remotos entre agosto e dezembro de 2025, mas com novidades. “A segunda etapa irá abordar temas como Justiça Climática, Saberes Tradicionais e Sustentabilidade e Tecnologias Socioambientais. Além das leituras, os participantes terão contato com obras audiovisuais e literatura de cordel ambiental. O encerramento está previsto para dezembro, com uma mesa‑redonda presencial que deverá reunir convidados externos e apresentar os principais resultados do projeto”, informaram os coordenadores.

Além desse encontro presencial, o grupo pretende apresentar o “Narrativas Sustentáveis” no XI Simpósio Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE), que ocorrerá entre 10 e 14 de novembro de 2025 na UNIFAL‑MG. A participação no evento, que terá como temática “Cultura Oceânica: diálogos interdisciplinares para o cuidado planetário”, reforça o caráter interdisciplinar do projeto.

Confira o Instagram do projeto: @narrativassustentaveis.

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