“Eu acredito que minha vida pode ser resumida em antes da universidade pública e depois dela. Esse é o papel que a UNIFAL-MG representa para mim”, ressalta Pedro Otávio Carvalho Fernandes, como mencionado no título. Egresso do curso de História da Universidade, o historiador é o nosso destaque do curso no projeto “UNIFAL-MG pelo Mundo”.
Pedro Otávio tem 28 anos, se formou em 2018 e, em 2024, se tornou mestre em Educação pela mesma Universidade. O profissional, efetivado pelo Estado de Minas Gerais na Escola Estadual José Bonifácio, localizada em Poço Fundo, sua cidade natal, atua como professor desde 2020.
De acordo com ele, a escolha da UNIFAL-MG se deu pela proximidade com sua origem e pela qualidade da formação oferecida na Universidade. O historiador destaca que, desde as aulas, aos trabalhos de campo, até a vivência universitária, dentro e fora do ambiente acadêmico, contribuíram, consciente e inconscientemente, para sua formação profissional e a bagagem que possui hoje. Ele reconhece, porém, que ainda há o que precisa ser desenvolvido.
O historiador salienta que esse aspecto foi determinante para a continuidade de seus estudos, tanto na graduação quanto no mestrado.
Para Pedro Otávio, essa contribuição perpassa a formação acadêmica e atinge o constante processo de estudo que fundamenta sua prática cotidiana, pessoal e profissional. “Se eu pudesse voltar ao início da graduação, com certeza buscaria aproveitar ainda mais as aulas, os trabalhos e as oportunidades de debates e reflexões”, complementa.
O egresso conta que suas experiências mais marcantes durante a graduação foram os trabalhos de campo, o PIBID e um artigo publicado a partir desta experiência. “As viagens de campo foram muito formativas no sentido acadêmico, mas também cultural e na vivência prática de conhecer outros lugares, realidades e experiências muito diversas das minhas e de meus colegas. O PIBID também atuou nesse sentido, mas foi ainda mais profundo, pois me deu as bases gerais da minha profissão atual”, enfatiza.
O historiador acredita que a práxis entre o conhecimento escolar e o acadêmico teve e continua tendo muito impacto em sua vida profissional e pessoal e, a partir disso, busca fundamentar sua trajetória profissional. Ele relata que uma de suas realizações profissionais é poder contribuir para a formação de jovens estudantes e incentivá-los na busca pelo conhecimento científico em História, assim como a UNIFAL-MG fez com ele.
Para ele, a UNIFAL-MG possibilitou sua aprovação em um concurso público estadual ainda no início da graduação.
O professor enxerga na educação pública um instrumento de combate às desigualdades sociais, além de compreendê-la e incentivá-la como uma forma de emancipação para as/os estudantes. Ele conta que, no último 8 de março, desenvolveu um projeto para repensar o Dia Internacional das Mulheres e resgatar, historicamente, o que essa data significou para as operárias russas e qual foi sua influência para o desenvolvimento da Revolução Russa, em 1917.
“A ideia foi problematizar as desigualdades de gênero na atualidade”, complementa. Segundo o historiador, a partir desse projeto, foi gerada uma série de reflexões sobre a condição feminina ao longo da história, com ênfase na importância das mulheres para a conquista de direitos que possuem na contemporaneidade, ainda que sejam insuficientes.
Pedro Otávio finaliza com um trecho utilizado durante sua dissertação de mestrado, considerado fundamental para a conclusão de suas pesquisas. O professor acredita que ele também pode servir como incentivo para quem está concluindo graduações e/ou pós-graduações. “A classe dominante não domina porque é mais culta, mas sim porque sonega conhecimento a classe dominada. Por isso, nós, filhos da classe trabalhadora, temos que estudar. Estudar e estudar e, se isso nos trouxer alguma ascensão, jamais esquecer qual a nossa classe e lutar por ela”. A citação, segundo ele, é de autoria desconhecida.