Estudante da UNIFAL-MG conquista primeiro lugar em Congresso Brasileiro de Biologia Celular

Anna Alice com seu prêmio e as professoras da UNIFAL-MG, Talita Sarah Mazzoni e Marisa Ionta (Foto: arquivo pessoal)

Anna Alice Souza Vilela Costa, discente do curso de Biomedicina da UNIFAL-MG, conquistou o primeiro lugar na categoria pôster – iniciação científica durante o XXII Congresso Brasileiro de Biologia Celular. O evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Biologia Celular (SBBC), ocorreu entre os dias 11 e 13 de julho, no Centro de Convenções Frei Caneca em São Paulo – SP.

O certificado de premiação recebido no congresso

O trabalho premiado, intitulado “Assessment of the effects of ethane dimethanesulfonate (EDS) on the male germinal epithelium in zebrafish (Danio rerio)”, avalia os efeitos de um medicamento que pode ser usado como contraceptivo masculino em animais sinantrópicos. A pesquisa está sendo desenvolvida sob orientação da Profa. Talita Sarah Mazzoni, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UNIFAL-MG, em parceria com a Profa. Wilma de Grava Kempinas, da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Botucatu-SP.

Anna Alice expressou sua alegria ao receber o prêmio: “Senti uma imensa satisfação ao ver todo o esforço e dedicação sendo reconhecidos. Foi um momento de grande gratidão pelo apoio da minha orientadora, da minha família e de todos os membros do laboratório”.

O estudo investiga os efeitos do dimetanossulfonato de etano (EDS), um composto citotóxico e desregulador endócrino, no zebrafish, um peixe amplamente utilizado como organismo modelo. A pesquisa busca compreender se este composto, que está sendo patenteado para uso no controle de pragas de roedores, pode afetar a reprodução de outros vertebrados, como os peixes.

Anna Alice expressou alegria e gratidão ao receber o prêmio (Foto: arquivo pessoal)

“Nosso trabalho avaliou se o EDS é capaz de impedir a reprodução do zebrafish, verificando alterações no epitélio germinativo masculino, na produção de espermatozoides e na concentração de hormônios esteroides sexuais”, explicou a estudante.

Um dos principais desafios enfrentados pela equipe foi estabelecer a concentração e a forma de administração do composto para os peixes. Anna Alice ressaltou: “Existe apenas um artigo da década de 60 que testa esta substância em uma espécie de peixe. Mas a partir de alguns testes piloto, conseguimos estabelecer um protocolo viável, com algumas dosagens diferentes que nos permitiram chegar aos nossos resultados, sem causar intoxicação ou morte dos animais”.

A parceria entre a UNIFAL-MG e a UNESP de Botucatu-SP tem sido fundamental para o desenvolvimento da pesquisa. Anna Alice destacou: “A colaboração nos permite utilizar equipamentos que a UNIFAL-MG não tem disponível, como o microscópio eletrônico de transmissão para análises ultraestruturais.”

As próximas etapas do estudo incluem a finalização de algumas análises e a expansão da pesquisa para outra espécie de peixe nativa do Brasil, conhecida popularmente como “tetra”. Isso dará um enfoque mais ambiental à pesquisa, voltado diretamente para a fauna brasileira.

Para outros estudantes interessados em pesquisa científica, Anna Alice aconselha: “Busquem um orientador que trabalhe com um tema que realmente gostem, pois a paixão pelo assunto torna todo o esforço mais gratificante. É essencial estar disposto a aprender constantemente e não ter medo de enfrentar desafios”.

LEIA TAMBÉM