Representada pela professora Adriana Imperador, do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) do campus Poços de Caldas, a UNIFAL-MG marcou presença na 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP16), realizada de 21 de outubro a 1º de novembro em Cali, Colômbia. O evento reuniu representantes de 196 países para debater o lema “Paz com a Natureza”.
A participação da docente se deu por meio de um convite feito pela Universidade de La Salle da Colômbia a partir da colaboração acadêmica que possibilitou ao estudante Andrés Figueroa Ramírez, discente de doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da UNIFAL-MG, realizar parte de sua pesquisa no exterior.
Na oportunidade, a professora falou sobre as iniciativas acadêmicas da Universidade na graduação por meio do ensino, da pesquisa e extensão, com destaque à produção e divulgação científica realizadas pelo Programa PET Ciência, no qual atua como tutora.
Na pós-graduação, a docente atua na área de Educação Ambiental e falou a respeito no evento: “O Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal de Alfenas se destaca pela interdisciplinaridade e tem como objetivo a formação técnica e humana para que seus egressos estejam preparados para contribuir com soluções ambientais em diversas áreas do conhecimento.”
A pesquisadora também explicou que o programa envolve cerca de 30 docentes distribuídos nas linhas de pesquisa Conservação da Biodiversidade e Dinâmicas Socioambientais e Conservação e Remediação de Recursos Naturais. “Contribuímos com a formação de mestres e doutores atuando em diversos setores da nossa sociedade”, destacou. Conforme ela, os estudos desenvolvidos no programa são essenciais para enfrentar as altas taxas de desmatamento e as ameaças à biodiversidade, que não afetam apenas o Brasil, mas têm impacto global.
No discurso, a pesquisadora explicou ainda a respeito da pesquisa de Andrés Figueroa Ramírez, cuja proposta é investigar o impacto ambiental e social na região da Sierra Nevada colombiana, uma área profundamente afetada por conflitos internos e degradação ambiental. “As florestas, rios e biodiversidade do país sofreram com desmatamento, contaminação e degradação, resultado de atividades ilegais e da busca por recursos. A natureza, muitas vezes ignorada nos discursos sobre violência, também carrega as cicatrizes desse conflito, sendo crucial reconhecer que a preservação ambiental é uma parte integral da construção de uma paz”, ressaltou.
Intitulado “Del conflicto armado interno al buen vivir: educación ambiental con enfoque territorial en marco del posconflito colombiano”, o projeto de pesquisa objetiva (re)pensar e realizar uma Educação Ambiental para dar voz aos invisibilizados, aos grupos subalternos e suas infinitas formas de saber e de ser.
“Isso é coerente com as novas territorialidades provenientes das vozes de inúmeras organizações camponesas, indígenas e afrodescendentes, que expressam a urgência de combater com ações reais as desigualdades sociais, econômicas, políticas, de gênero, étnicas, sexuais e intergeracionais, causas e efeitos de um conflito armado de mais de seis décadas”, afirma a orientadora.
Para o estudante Andrés, a participação na COP16 foi reveladora, tanto no âmbito acadêmico quanto no pessoal. “Este evento me permitiu compreender a magnitude dos desafios ambientais que o planeta enfrenta e, em particular, a responsabilidade que temos como latino-americanos na conservação da biodiversidade, essencial para a estabilidade climática global”, disse.
Segundo ele, nas sessões da COP16, foi possível observar como os compromissos internacionais em sustentabilidade, mitigação e adaptação climática se transformam em políticas e acordos multilaterais, e como essas decisões impactam diretamente países como Colômbia e Brasil, onde a biodiversidade e os ecossistemas vulneráveis, como a Amazônia e os Andes, estão em risco.
“Acompanhar de perto esse evento foi, sem dúvida, mais que um privilégio, uma necessidade”, reforçou. “A partir de nossa práxis no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais devemos reafirmar nosso compromisso no cumprimento e monitoramento das 23 metas do Marco Global de Biodiversidade, acordado pelas partes em 2022, desenvolvendo projetos e iniciativas de pesquisa com projeção social que facilitem o diálogo de saberes entre povos indígenas, comunidades negras, afrodescendentes, camponeses, mulheres, jovens e a sociedade em geral, todos atores-chave para a conservação da biodiversidade e a justiça ambiental”, acrescentou.
Durante a participação no evento, a professora Adriana Imperador também salientou a implementação de políticas públicas que integrem a conservação da biodiversidade às estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. “Cada ação conta e cada escolha que fazemos pode ter um impacto positivo”, argumentou.
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