O projeto de extensão “Death Café Alfenas”, vinculado à Escola de Enfermagem (EE) da UNIFAL-MG, realizou dois encontros recentemente. No dia 16/08, a ação, que contou com o apoio da Prefeitura da cidade, ocorreu no Cemitério Municipal. Já no dia 20/09, ocorreu na Casa du Batuque, às 10h. O objetivo dos eventos, abertos à comunidade, é debater sobre temas relacionados à finitude da vida e à morte.
Segundo Caroline Maceno Nascimento, discente do curso de Enfermagem e extensionista do projeto, a proposta não é oferecer terapia nem dar respostas prontas, mas criar um espaço seguro e acolhedor para que as pessoas compartilhem suas reflexões e experiências sobre este tema, que, apesar de universal, é pouco debatido. “O primeiro encontro aconteceu no cemitério da cidade justamente para aproximar o diálogo do espaço simbólico da morte”, afirma.
As ações são associadas ao Programa de Extensão PaliATIVO, coordenado pela docente Ana Cláudia Mesquita Garcia, da Escola de Enfermagem (EE). O objetivo do programa, bem como de suas ações componentes, dentre elas, o Death Cafe Alfenas, é contribuir para a disseminação da temática dos Cuidados Paliativos e de assuntos correlatos entre as comunidades acadêmica da UNIFAL-MG e externa. “No âmbito acadêmico, o projeto de extensão Death Cafe Alfenas fortalece a formação dos estudantes ao possibilitar vivências práticas de humanização, escuta sensível e reflexão crítica sobre a finitude, aspectos essenciais para a enfermagem e áreas da saúde”, aponta a coordenadora.
“Além disso, as atividades de extensão desenvolvidas pelo projeto permitem a aproximação da universidade com a comunidade e ampliam o debate sobre cuidados paliativos, espiritualidade e saúde coletiva. Assim, o projeto reafirma o compromisso institucional com a formação integral dos discentes e com a promoção de espaços inclusivos de diálogo”, finaliza.
Os encontros são realizados com base nas orientações da iniciativa internacional do Death Café. No mês de Agosto, o evento, realizado no Cemitério Municipal de Alfenas, contou com a presença dos discentes e docentes vinculados ao projeto, bem como de outros membros da comunidade. Todos, interessados em conversar sobre os sentidos da morte e da vida. O encontro foi conduzido no formato de roda de conversa com o fito de priorizar a escuta e a troca de experiências entre os participantes. “Inicialmente, foi feita uma breve apresentação sobre a proposta do projeto Death Cafe Alfenas e seus objetivos. Em seguida, os participantes se apresentaram e compartilharam suas expectativas, dando início a um diálogo aberto e espontâneo sobre morte, finitude, luto e sentidos da vida, sempre em um ambiente acolhedor e de escuta ativa”, explica Ana Cláudia Garcia.
Os discentes envolvidos no projeto participaram de forma ativa tanto na organização quanto na mediação dos eventos. Cremilson de Paula Silva, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) e atuante no Programa de Extensão que engloba o Death Café, afirma que fazer parte da organização do primeiro encontro, que ocorreu no dia 16/08, foi muito importante para a sua formação enquanto pesquisador e, também, ser humano.
“Entre olhares e escuta, eu senti como a vida ganha novos sentidos quando nos permitimos falar sobre a morte. Cada partilha foi única e tocou fundo no meu coração. Fazer parte desse projeto tem sido transformador. É aprender, a cada encontro, que falar sobre a finitude não é sobre tristeza, mas sobre valorizar a vida e reconhecer a beleza que existe em cada vínculo, em cada lembrança, em cada presença. É seguir juntos, inteiros, mesmo quando o coração precisa chorar”, enfatiza.
O projeto de extensão Death Cafe Alfenas integra um ciclo permanente de ações, sempre voltadas à promoção de espaços de diálogo sobre morte e finitude. Os encontros são organizados mensalmente, alternando-se em encontros online e presenciais.
Para mais informações, acesse o instagram da Liga Interdisciplinar de Cuidados Paliativos da Universidade Federal de Alfenas.
*Luana Bruno é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG.
