O projeto de extensão universitária AMHOR (Acervo de Memória e História do Orgulho LGBTQIA+ no Sul de Minas), que resgata histórias silenciadas da comunidade LGBTQIA+ do Sul de Minas, foi agraciado com o Troféu MGA de Cidadania, concedido pelo Movimento Gay de Alfenas (MGA). A premiação, criada em 2005, é um reconhecimento às pessoas e instituições que apoiam a comunidade LGBTQIA+ por meio de ações, projetos e outras iniciativas. Além do projeto, o reitor Sandro Amadeu Cerveira e a professora Marta Gouveia de Oliveira Rovai também receberam o prêmio. A solenidade de entrega ocorreu no dia 28 de setembro, em Alfenas-MG, durante a XIV Semana Sul Mineira da Diversidade Sexual.
De acordo com Sander Simaglio, presidente do MGA, os critérios para escolha das instituições e personalidades indicadas ao troféu estão centrados em ações e iniciativas desenvolvidas em apoio à comunidade LGBTQIA+. “Essa causa é urgente. Precisa de muita coragem e muita garra para ser abraçada. Para nós, não basta dizer que ‘apóia’, você tem que ter ações para mostrar”.
Esse é o caso dos indicados da UNIFAL-MG ao “Troféu MGA Cidadania” conforme Sander Simaglio. “A universidade tem um papel fundamental no avanço social para a conquista de políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+. E o projeto AMHOR é um destaque nessa pauta”, enfatiza.
Em relação a indicação dos professores da UNIFAL-MG, o critério também segue a dinâmica de atuação, em suas respectivas instâncias, em apoio à comunidade LGBTQIA+. Marta Rovai é coordenadora do projeto agraciado e pesquisadora da área, e o professor Sandro Cerveira, além da abertura ao diálogo com o movimento como dirigente da Universidade, foi o primeiro reitor na história da Instituição a discursar na Parada, organizada pelo movimento, em 2019.
“Considero que esse prêmio é da nossa Universidade! São muitos os colegas docentes, técnicos, discentes e terceirizados que têm contribuído, às vezes, anonimamente, para que avancemos no combate à desigualdade e ao preconceito”, declarou o reitor. “Pessoalmente me sinto honrado e muito feliz por poder, no lugar de representante da UNIFAL-MG dizer que a pauta dos direitos humanos em geral e das pessoas LGBTQIAPN+ em especial é um dever republicano da Universidade Pública”, completou.
Para Marta Rovai, a universidade, como instituição de ensino, de pesquisa e de extensão, deve se transformar, se desconstruir e tornar espaço mais democrático e agente de mediações que combatam a LGBTfobia. “Ganhar esse prêmio tem grande significado para nós e sinaliza que temos muitas parcerias, trabalho e esperança pela frente”.
A professora revela que “foi uma honra” receber o prêmio individual pelo seu trabalho como pesquisadora da área e do diálogo com a comunidade LGBTQIA+. “O grupo AMHOR é formado por estudantes que têm se dedicado a construir um acervo virtual e exposições sobre a história e a memória LGBTQIA+, num trabalho que tem gerado muito aprendizado e confluência entre existências diversas. Agradecemos ao MGA pelo reconhecimento de nossas ações em defesa dos direitos, em especial a memória e a história dessa população invisibilizada por preconceitos e práticas de discriminação”, finalizou Marta Rovai.
Sobre o Projeto AMHOR
AMHOR é acróstico para “Acervo de Memória e História do Orgulho LGBTQIA+ no Sul de Minas”. O projeto foi criado com a finalidade de construir um acervo virtual sobre a história e as memórias do orgulho LGBTQIA+ na região sul-mineira. Constituído por 18 acadêmicos dos cursos de Ciências Sociais, Farmácia, Geografia, História, Letras, Odontologia e Química, o grupo de estudos do projeto atua no levantamento e catalogação de documentos cedidos pelo Movimento Gay de Alfenas (MGA) e em entrevistas com pessoas do movimento LGBTQIA+ dentro e fora da UNIFAL-MG.
Saiba mais sobre o AMHOR em: Projeto da UNIFAL-MG resgata histórias silenciadas da comunidade LGBTQIA+ do Sul de Minas
Fotos: Letícia Alvarez e Gabriel Marques.