Atividades educativas do projeto “Consciência Negra o Ano Todo” propiciam o conhecimento de personalidades negras e lutas por liberdade a estudantes de Educação Básica

A imagem mostra um grupo de estudantes sentados em um auditório, prestando atenção e fazendo anotações enquanto uma das acadêmicas envolvidas no projeto, está de pé à frente da sala, ministrando a oficina.
(Foto: Arquivo/Coordenação do Projeto)

No mês de setembro, o projeto de extensão “Consciência Negra o Ano Todo, de Janeiro a Janeiro” promoveu duas atividades junto a estudantes da Educação Básica. A primeira delas foi a exibição do filme “Doutor Gama”, no dia 12/09, no auditório Leão de Faria na Sede da UNIFAL-MG, e a segunda foi a oficina “Mulheres negras abolicionistas: Maria Firmina dos Reis e Chiquinha Gonzaga”, realizada em 25/09, também na Sede. Ambas as atividades contaram com a participação dos estudantes da Escola Estadual Levindo Lambert, de Alfenas,

Exibição do filme “Doutor Gama”

(Foto: Arquivo/Coordenação do Projeto)

Conforme a coordenadora do projeto, a professora Ana Lúcia da Silva, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UNIFAL-MG, a exibição do filme proporcionou relacionar História, Cinema e Educação antirracista.

“Essa produção cinematográfica apresentou a biografia de Luiz Gama (1830-1882), que com o conhecimento do Direito lutou pela liberdade de negros e negras escravizados junto à Justiça do Brasil Império, conquistando mais de 500 cartas de alforrias”, narra.

A professora Carmelita Assunção Neves, diretora da Escola Estadual Levindo Lambert, afirmou que a atividade foi proveitosa para os participantes, os quais manifestaram ter gostado de ir à Universidade para assistir ao filme. “Quando os estudantes vão à Universidade prestam mais atenção nas atividades”, disse. “É uma forma de saberem que a universidade pública é do povo e que um dia poderão estudar lá”, destaca.

Conforme a coordenadora do projeto “Consciência Negra o Ano Todo, de Janeiro a Janeiro” a importância de Luiz Gama no Brasil contemporâneo está em seu engajamento para libertar negros escravizados junto à Justiça do Brasil Império. “O protagonismo de Luiz Gama na luta pela liberdade foi reconhecido como advogado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de São Paulo. Em 2017, outra homenagem foi feita a Luiz Gama pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), que batizou uma de suas salas com o nome desse abolicionista negro”, conta.

Ana Lúcia da Silva também cita a homenagem feita a Luiz Gama, após a sua morte. “Em 2021, a USP agraciou Luiz Gama com a homenagem póstuma, concedendo-lhe o título de Doutor Honoris Causa”, pontua.

Interessados em (re)visitar a História do Brasil e conhecer a biografia, a trajetória de vida de Luiz Gama, a coordenadora indica as produções audiovisuais: Programa “Herói de todo mundo” Luiz Gama por Joaquim Barbosa, do Projeto Pedagógico “A cor da cultura” (2004), disponível neste link, e o filme: “Doutor Gama” (2021), de direção do cineasta negro Jeferson De, cujo trailer oficial pode ser acessado aqui.

 (Fotos: Arquivo/Coordenação do Projeto)

Oficina “Mulheres negras abolicionistas: Maria Firmina dos Reis e Chiquinha Gonzaga”

(Foto: Arquivo/Coordenação do Projeto)

No dia 25 de setembro, os estudantes estiveram novamente na UNIFAL-MG para participar da oficina “Mulheres negras abolicionistas: Maria Firmina dos Reis e Chiquinha Gonzaga”.

“Nessa oficina os estudantes puderam conhecer as trajetórias de vida de Maria Firmina dos Reis (1822-1917), professora  e escritora, que publicou o primeiro romance de autoria feminina e negra, Úrsula, em 1859, onde fez a defesa do fim da escravização negra no Brasil, e de Chiquinha Gonzaga (1847-1935), musicista, maestrina, professora e  compositora, outra mulher que também desafiou a sociedade escravagista, racista e machista, ao separar-se, namorar e viver com um rapaz mais jovem, trabalhar para se sustentar e contribuir para a compra de cartas de alforrias de negros escravizados”,

Durante a oficina, foram realizadas atividades lúdicas com os participantes, tais como bingo antirracista, canto e dança da marchinha de carnaval “O abre alas”, composta por Chiquinha Gonzaga. Os estudantes visitaram à biblioteca da UNIFAL-MG e conversaram com Ronan Lázaro Gondim, bibliotecário-documentalista.

“Nós agradecemos a todos os servidores públicos e colaboradores que contribuíram para mais esse dia de atividades do projeto Consciência Negra o Ano Todo, de Janeiro a Janeiro da UNIFAL-MG”, manifestou.

 (Foto: Arquivo/Coordenação do Projeto)

Sobre o projeto

O projeto de extensão Consciência Negra o Ano Todo, de Janeiro a Janeiro conta com oficinas ministradas pela professora Ana Lúcia da Silva e discentes de graduação e de mestrado. Além de propiciar a educação antirracista durante todo o ano, as atividades objetivam dialogar com estudantes da educação básica, da UNIFAL-MG e com a comunidade externa sobre as trajetórias de vidas de personalidades negras, as lutas por liberdade e cidadania.

Participam do projeto: Bruna Neves Rodrigues (discente do curso de Pedagogia – 6° período), Gislene da Silva (mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação), Maria Fernanda Moreira de Freitas (discente do curso de Pedagogia – 6° período), Rafaela Neves Meireles (mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação).

Para agendamento de oficinas, as escolas interessadas podem entrar em contato com a coordenadora pelo e-mail: ana.lucia@unifal-mg.edu.br

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