O aniversário de 20 anos de transformação da EFOA/CEUFE em Universidade Federal de Alfenas foi celebrado nesta terça-feira, 29 de julho, nos três campi da Instituição, com o ato de hasteamento das bandeiras alusivo. Após o hasteamento, ocorreu a sessão solene do Conselho Universitário (Consuni) no auditório Leão de Faria, no campus Sede. A cerimônia foi marcada por emoção, reconhecimento e reflexões sobre o papel da Instituição na formação de estudantes e na própria vida de servidores, cujas trajetórias se entrelaçam com a própria história da Instituição.

Durante a solenidade, foram entregues, pela primeira vez, o título de Servidor Emérito e Servidora Emérita da UNIFAL-MG a docentes e técnicos-administrativos aposentados que tiveram papel fundamental na construção da Universidade.
Representando o Consuni, participaram da tribuna de honra os conselheiros, o professor Sandro Amadeu Cerveira, reitor da Universidade e presidente do Conselho; o professor Alessandro Antônio Costa Pereira, vice-reitor; o professor Edmêr Silvestre Pereira Júnior, diretor da Faculdade de Odontologia, representando os docentes; a técnica administrativa Daniela de Cássia Pereira, representando os técnicos administrativos, e a estudante Ana Carolina Ramos Benvenuti, representando os discentes.
Reconhecimento às trajetórias que moldaram a UNIFAL-MG
Entre os homenageados, o título póstumo de Servidor Emérito foi concedido ao professor José Renan Vieira da Costa, cuja atuação como diretor da EFOA foi decisiva no fortalecimento da pesquisa e pós-graduação nos anos 1990.

Em nome da família, o filho, André Carvalho Paulino da Costa, relembrou a conexão entre a história da Universidade e a trajetória familiar. “Meu pai foi discente, foi docente, foi diretor da Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, uma pessoa que viveu para a Instituição, a sua vida profissional foi feita aqui e aqui era a nossa casa. Eu tinha 4 ou 5 anos de idade, esse prédio não existia, a gente passava a vida dentro da Escola, que hoje é Universidade. É com muita honra que eu entro nessa Instituição de novo que me acolheu desde quando eu era pequeno e que está totalmente entrelaçada a vida da minha família”, disse.

O professor Maciro Manuel Pereira, ex-diretor da EFOA e articulador do processo de transformação em Universidade, também foi homenageado in memoriam. No decorrer de sua trajetória, exerceu funções como docente do curso de Odontologia, chefe de departamento, coordenador, vice-diretor da Instituição e dirigente. Sua filha, Flávia Regina Pereira, expressou gratidão pela homenagem.
“A felicidade dele era estar aqui, construindo, melhorando. O maior sonho do meu pai era ver a EFOA se tornar Universidade e esse sonho foi realizado. Hoje, acredito que ele está muito feliz onde estiver”, declarou, com a voz embargada.

Outro homenageado de destaque foi o professor Antonio Martins de Siqueira, o “Tonhão”, primeiro reitor da UNIFAL-MG. A sua gestão foi marcada pela maior expansão que a Instituição já experimentou com a implementação de 24 novos cursos de graduação, além de significativo impulso à Pesquisa, Pós-Graduação e Ensino a Distância. A participação do professor também foi decisiva na criação da Unidade Educacional Santa Clara, em Alfenas, e na implantação dos campi avançados de Poços de Caldas e Varginha.
Em sua fala, ele compartilhou lembranças de sua formação na antiga EFOA e do trabalho coletivo que marcou sua gestão. “Eu sempre considerei o solo da nossa Universidade um solo sagrado. Cada entrada aqui me emocionava. É muito forte voltar a este auditório e relembrar tantos momentos marcantes”, afirmou o professor Tonhão, em tom nostálgico.

Também recebeu o título o professor Paulo Márcio de Faria Silva, que esteve à frente da Reitoria em dois mandatos: entre 2010 e 2014, e entre 2014 e 2018. O ex-dirigente relembrou que foi aluno do curso de Farmácia da EFOA e dos cursos de especialização que a Instituição oferecia durante a década de 1980, antes de se tornar parte do corpo docente e, posteriormente, da gestão. Ele também relembrou com emoção o dia em que a notícia da transformação em universidade chegou à comunidade acadêmica. “Foi um delírio. As pessoas choravam um choro de alegria por esse sonho conquistado”, relatou o ex-reitor.
O professor fez questão de compartilhar a homenagem com colegas que estiveram com ele junto à gestão. “Eu quero dividir essa homenagem com todos aqueles servidores que me honraram, na companhia e na presença durante os períodos de gestão”, disse, citando algumas pessoas como as servidoras técnicas administrativas Jacira Cabral e Vera Lúcia de Carvalho Rosa, que estiveram à frente da Pró-Reitoria de Administração e Finanças durante seus mandatos.

O título de Servidor Emérito da UNIFAL-MG também foi concedido ao professor João Batista Magalhães, que foi diretor da Instituição e responsável por todo esforço que envolveu a transformação da EFOA em Centro Universitário Federal no ano de 2001. Foi ele que contribuiu com o primeiro passo para que a EFOA pudesse se transformar em Universidade. O homenageado não pôde estar presente na cerimônia, mas enviou uma mensagem ao Consuni, que foi lida pelo mestre de cerimônias, Ivanei Salgado, diretor de comunicação.
“É motivo de muito orgulho receber esse título honorífico, pois ele traduz o reconhecimento da contribuição de servidores aposentados para o desenvolvimento das atividades da nossa Instituição. Foram 50 anos de vida passados nesta Universidade. Agradeço a todos os colegas que caminharam comigo ao longo desta jornada e em especial a Universidade Federal de Alfenas por essa honraria e também por me permitir fazer parte da sua história.”
A contribuição estratégica dos servidores técnicos

A servidora aposentada Adriana Teófilo Silva Vieira foi homenageada pelas funções estratégicas em secretarias, pró-reitorias, comissões institucionais e equipes de apoio administrativo que exerceu durante os 27 anos de dedicação à UNIFAL-MG.
Em sua fala, Adriana Vieira destacou a gratidão por ter vivido mais da metade de seus quase 60 anos dentro da UNIFAL-MG. “Eu sempre comento que eu entrei como EFOA e saí como UNIFAL-MG. Eu tenho uma gratidão eterna por essa Instituição”, enfatizou.

Já a servidora Beatriz Garcia de Araújo Ferreira, que liderou a área de Tecnologia da Informação por mais de duas décadas, lembrou os desafios iniciais e o sentimento de dever cumprido. Ela contribuiu para a consolidação da área de tecnologia da informação como eixo essencial para o funcionamento e crescimento da UNIFAL-MG.
“Nós trabalhamos na época em colaboração com o saudoso professor José Sebastião Martins, um profissional autodidata, lotado na área acadêmica, muito inteligente e estudioso e com muitas qualidades como ser humano. Mas com o passar dos anos, foram efetivados novos servidores da na área de TI com diferentes especialidades, com muito potencial de trabalho e muito bons companheiros na minha jornada aqui dentro da UNIFAL-MG. Fui muito feliz aqui dentro e me aposentei com a sensação de dever cumprido”, disse.

A servidora técnica-administrativa Maria José Barbosa Karam, ex-chefe de gabinete, foi lembrada e homenageada pelos serviços prestados com competência, responsabilidade e elevado espírito público à Universidade. Zezé, como é conhecida, destacou-se na atuação momentos decisivos da transição para Universidade. Em sua fala, ela afirmou: “Minha história também é muito atrelada à história da UNIFAL-MG. Meu cargo aqui sempre foi muito além da função de uma simples servidora. Desde o início, tive o propósito de estar aqui como uma missão de vida. Foi mais do que trabalho: foi um chamado, algo que vim realizar nesta terra. E, mesmo com falhas, procurei me dedicar ao máximo. A palavra hoje é gratidão.”

O Conselho Universitário também homenageou o servidor aposentado Sebastião Meira, o Tião Meira, por indicação da Diretoria de Comunicação Social. Ele foi reconhecido pela comunidade universitária como memória viva da Instituição. Ao longo de sua carreira na Instituição, iniciada em 1977, Meira se destacou pelo trabalho na organização de processos, na participação em comissões, no envolvimento direto em projetos que marcaram a história e no crescimento da Instituição.
De forma emocionada, o homenageado agradeceu pela lembrança de seu nome após 14 anos de aposentadoria. “Este reconhecimento simboliza não apenas uma trajetória profissional, mas também uma história de dedicação, compromisso e amor por essa universidade que tanto me ensinou. Aqui convivi ao longo dos anos com pessoas valorosas. Tive a oportunidade de poder contribuir com pequena parcela de meu trabalho para o desenvolvimento da Instituição. Cada desafio enfrentado, cada conquista celebrada, cada pequeno gesto no cotidiano do trabalho compõe essa caminhada que hoje é reconhecida com este título tão significativo”, compartilhou.
Placa alusiva aos 20 anos de transformação

A cerimônia contou ainda com pronunciamentos dos representantes das categorias discente, técnica e docente no Consuni, falas que reforçaram o papel coletivo na consolidação da UNIFAL-MG como referência em educação pública, gratuita e de qualidade.
Ao final, foi descerrada a placa comemorativa dos 20 anos da Universidade, que também celebra os 65 anos de federalização e os 111 anos de história. A solenidade foi encerrada pelo reitor, o professor Sandro Cerveira, que refletiu sobre o papel da Universidade na eternização de legados por meio da partilha de conhecimento. “Quando nossos nomes não forem mais lembrados, nossa energia, a nossa inteligência, o nosso amor e o nosso carinho continuarão existindo naquilo que ajudamos a construir: a Universidade Federal de Alfenas”, concluiu.
Confira também como foi a roda de conversa sobre os 20 anos de universidade federal
A sessão solene também pode ser assistida pelo canal da UNIFAL-MG no Youtube, neste link