Mãe e filhas, graduandas pela UNIFAL-MG, compartilham suas histórias e conquistas acadêmicas

Trajetória inspira determinação e superação de desafios

Atualizado em 16 de setembro de 2024 às 16:45

Mãe e filhas, graduandas pela UNIFAL-MG, compartilham suas histórias e conquistas acadêmicas
Da esquerda para a direita estão Janine, Maria e Janaína dos Santos. (Foto: arquivo/Dicom)

A educação sempre foi uma prioridade para Maria Aparecida dos Santos, discente do curso de Ciências Biológicas na UNIFAL-MG. Ela não só incentivou suas filhas a buscarem a educação superior, mas também seguiu seus próprios conselhos e ingressou na Universidade. “Sempre disse para as minhas filhas: se forem fazer universidade, que seja a pública. As universidades públicas têm muita qualidade, então, por que pagar?”, afirmou Maria, mãe de Janine Gabrielle dos Santos e Janaína dos Santos, ambas também alunas da UNIFAL-MG.

Uma jornada de inspiração

A trajetória de Maria dos Santos na educação começou com sua graduação em Pedagogia em outra instituição, mas foi na UNIFAL-MG que ela encontrou uma oportunidade para ampliar sua carreira de professora. “Eu fazia o Enem todos os anos, por dez anos consecutivos. Sem necessidade, mas fazia para me manter atualizada na minha profissão”, revelou.

Maria e Janine dos Santos na biblioteca da UNIFAL-MG. (Foto: arquivo/Dicom)
Maria e Janine dos Santos na biblioteca da UNIFAL-MG. (Foto: arquivo/Dicom)

A decisão de retornar aos estudos foi inspirada pela filha Janine dos Santos, que ingressou na UNIFAL-MG em 2010 para cursar Pedagogia. Hoje, Janine dos Santos está em sua segunda graduação na UNIFAL-MG, agora em História. “Eu me encontrei no que estava fazendo e descobri que quero ser professora”, disse Janine dos Santos.

Logo depois, Janaína dos Santos, sua outra filha, seguiu o mesmo caminho. Ela se formou em Pedagogia em outra instituição e, atualmente, estuda Química Licenciatura na UNIFAL-MG. Maria dos Santos, ao ver as filhas ampliando as carreiras, também decidiu ingressar na UNIFAL-MG. “Minha filha me inscreveu e, quando contou que fui aprovada, pensei: ‘por que não?'”, contou Maria dos Santos, relembrando o momento em que decidiu voltar a estudar.

Os desafios da pandemia

A pandemia de Covid-19 trouxe novos desafios para as três mulheres. Janine dos Santos, que estava cursando História, ressaltou a importância dos Grupos de Trabalho (GT’s) criados durante o período de isolamento. “Se não fossem os GT’s, acho que teria sido muito cansativo. A união com os colegas foi o que me deu forças para continuar”, afirmou. Por outro lado, Janaína dos Santos enfrentou dificuldades para se adaptar ao ritmo de estudos durante a pandemia e contou que, com esforço e dedicação, conseguiu superar as adversidades.

Para Maria dos Santos, que iniciou sua graduação em Ciências Biológicas durante a pandemia, o retorno ao ensino presencial trouxe um estranhamento, pois conhecia seus colegas apenas virtualmente. Segundo ela, essa experiência não abalou sua determinação em concluir o curso.

O enfrentamento do etarismo

A mãe, Maria dos Santos, conta que ao ingressar no curso, percebeu um “certo preconceito” pela diferença de idade. “No começo, percebi uma resistência por parte dos mais jovens. Mas, com o tempo, eles perceberam que estávamos ali para estudar e contribuir”, relatou.

Aos poucos, ela provou mostrando que a idade não define a produtividade e a vontade de aprender. “Quando formamos o nosso grupo, no qual só eu e um outro colega poderíamos ser considerados como  ‘idosos’ e o restante das meninas que nos acolheram tinham de 21 a 23 anos, eles perceberam que nós éramos produtivos, não estávamos ali para sair de casa ou arrumar alguma distração, estávamos ali para estudar. Tanto que agora eu sempre escuto ‘Maria, parabéns pela apresentação do trabalho’,” destaca.

Superação e sonhos

A graduação é vista por Maria dos Santos como uma grande conquista, especialmente por ser filha de pais analfabetos, e que, apesar dessa condição que atingia e ainda muitos brasileiros,  sempre valorizaram a leitura e a educação. “Minha mãe sempre pedia para ver meu dever de casa e dizia que estava ‘certo’, mesmo sem entender. Eu acreditava, e isso me motivava a continuar”, relatou emocionada. Esses valores foram passados para suas filhas, que hoje seguem o exemplo de perseverança da mãe.

De acordo com a mãe de Janine e Janaína, a jornada acadêmica das três mulheres não foi fácil. Antes de residirem na cidade de Serrania, vizinha a Alfenas/MG, Maria dos Santos e seu companheiro trabalhavam vendendo sanduíches naturais no Rio de Janeiro para manter as filhas estudando. “Foi muito esforço para chegarmos até aqui”, destacou.

Atualmente, as três conciliam o trabalho com os estudos. Janaína dos Santos trabalha em uma creche em Alfenas e sonha em abrir sua própria empresa no futuro. “Gosto de trabalhar com pessoas e quero muito empreender”, disse. Janine dos Santos, além de trabalhar em uma creche e estudar à noite, atua como voluntária no Museu da Memória e Patrimônio da UNIFAL-MG, onde desenvolve pesquisas na área de História. “Eu gosto muito do meu trabalho, hoje, porque trabalho com pessoas. Existe uma equipe maravilhosa no Museu, da qual eu adoro estar perto. O meu trabalho sozinho não renderia se eu não tivesse outras pessoas por perto”, relatou.

Gratidão e conselhos
Da esquerda para a direita, estão Janine, Maria e Janaína dos Santos. (Foto: arquivo/Dicom)
Da esquerda para a direita, estão Janine, Maria e Janaína dos Santos. (Foto: arquivo/Dicom)

A UNIFAL-MG tem um lugar especial no coração da família. Janine dos Santos se diz grata pela oportunidade de crescer pessoal e profissionalmente dentro da Universidade, especialmente pelo trabalho no Museu. “Sou muito grata à UNIFAL-MG por tudo. Cresci como pessoa aqui dentro”, agradeceu.

“A UNIFAL-MG foi uma das primeiras instituições para ter mulheres dentro da Universidade. A EFOA nasceu em 1914 e na primeira turma já tinha cinco mulheres, desenvolvi minha pesquisa em cima disso. Então, percebi que a Universidade que eu estudo foi uma das primeiras que, desde seu início e fundação, deu espaço para as mulheres, para que elas se constituíssem como pessoas, cidadãs e profissionais é muito gratificante!”, completou.

Para Janaína dos Santos, paciência é a chave para vencer os desafios da graduação. “Aqui eu aprendo a ter paciência. Meu conselho é ‘tenha paciência'”, destacou. Maria também expressou sua gratidão à Universidade, especialmente pelo cuidado com suas filhas. “Quando Janine veio para cá, pedi apenas um diploma de papel, e não de carne e osso. A UNIFAL-MG trouxe para a minha filha a responsabilidade, e eu sou eternamente grata por isso”, declarou emocionada.

Aos interessados em cursar o ensino superior na UNIFAL-MG, além do ingresso regular via SISU, a Instituição conta com diferentes modalidades de ingresso por Vagas Remanescentes, entre elas os Programas Específicos (PE), que abrem portas para grupos como participantes da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI), refugiados e migrantes. Confira todas as possibilidades no Portal da Ingresso da UNIFAL-MG.

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