“Neurastenia ao telefone”, por Eloésio Paulo

Ainda bem que Dulce, a protagonista de A voz submersa (1984), tem um marido rico, metido em falcatruas governamentais propiciadas pela sociedade com um oficial do Exército. A chamada telefônica transcrita pelo narrador do romance de Salim Miguel custaria uma fortuna, e as 105 páginas que ela ocupa são a medula do livro: não se … Ler mais

“Um Alencar atualíssimo”, por Eloésio Paulo

José de Alencar é um grande “vilão” quando se considera esta de muitas tragédias do ensino básico no Brasil: a incapacidade da escola de estimular, entre crianças e jovens, o hábito da leitura. É que os principais livros do escritor romântico, classificados como romances indianistas e urbanos, são, o mais das vezes, empurrados goela abaixo … Ler mais

“Vida de juiz era bem outra”, por Eloésio Paulo

A cidade sul-mineira de Carmo de Minas, que até 1953 se chamava Silvestre Ferraz, produziu uma improbabilidade estatística: dois escritores relevantes no mesmo século, número desusado em relação ao contingente populacional do município, que hoje não chega a 15 mil habitantes. Não será o caso de especular as causas do fenômeno, tarefa atribuível a alguém … Ler mais

Hilda Furacão: Memória 4 x 1 Ficção, por Eloésio Paulo

O leitor que assistiu à série feita pela Globo sentirá falta de algumas coisas no romance Hilda Furacão (1991), que a inspirou. Não só de Ana Paula Arósio e Rodrigo Santoro, mas de boa parte da história de amor que eles encarnam. O livro de Roberto Drummond, como costuma ocorrer nesses casos, foi reescrito para … Ler mais

“A educação sentimental do menino de engenho”, por Eloésio Paulo

José Lins do Rego pode não ser o maior artífice da palavra – difícil arrebatar o título de Graciliano Ramos –, mas figura entre os melhores contadores de histórias da geração saída do Congresso Regionalista do Recife (1926). Seu texto é poroso e fluente, daqueles de que o leitor, uma vez aberto o livro, dificilmente … Ler mais

“A volúpia da prolixidade”, por Eloésio Paulo

Você está lendo um livro de 500 e tantas páginas, o que já é um ato de coragem nestes tempos tão pouco convidativos ao dispêndio inteligente de tempo e energia. Então, depara com palavras que nunca imaginou que existissem: cebolórios, javevó, verecúndia, sincipúcio, folastria. Vai ao dicionário e constata, surpreso, que todas elas existem na … Ler mais

“Por que ler A casa dos espíritos, de Isabel Allende?”, por Fernanda Aparecida Ribeiro

Primeiramente, quero enfatizar que o romance não é um livro exotérico ou de exorcismo – não da maneira como concebemos esses gêneros ou discursos. Os maus espíritos que aparecem na narrativa são de outra categoria e, infelizmente, muito presentes na história da América Latina: dominação masculina, submissão feminina, servidão, autoritarismo, ditadura… Esses fantasmas precisam ser … Ler mais

“João Silva dos Grandes Contos” – Adolfo Mattos

Se você pudesse deixar um legado para posteridade, qual tipo de história você construiria para ser lembrado? João Silva é um cidadão baiano que na busca por reconhecimento, deixa sua cidade e família para construir sua história no sul do país. A fim de realizar seu sonho de se ver representado, porém, João Silva enfrenta … Ler mais