Três trabalhos produzidos na UNIFAL-MG foram premiados no 4º Congresso Mineiro de Cuidados Paliativos e no 5º Congresso Paulista de Cuidados Paliativos/4º Congresso Paulista de Cuidados Paliativos Pediátricos. Ambos os congressos são organizados pelas unidades estaduais da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). O Congresso Mineiro aconteceu entre os dias 04 e 06/09, em Belo Horizonte/MG, enquanto o Paulista ocorreu entre os dias 11 e 13/09, em São Paulo/SP.
Com o tema Cuidados Paliativos Baseados em Evidências – da Teoria à Prática Clínica, o Congresso Mineiro destacou-se pela promoção do conhecimento, pela troca de experiências e pelo fortalecimento das redes de apoio entre profissionais e instituições de saúde. “O evento se posiciona como uma plataforma para discutir os mais recentes avanços, compartilhar boas práticas e abordar questões da prática diária, seja na vivência ambulatorial, domiciliar, hospitalar de transição e terciária, dos grandes centros aos pequenos municípios”, afirma a professora Ana Cláudia Mesquita Garcia da Escola de Enfermagem (EE) da UNIFAL-MG e integrante de trabalhos premiados.
O trabalho intitulado “Identificação da necessidade de cuidados paliativos no âmbito da atenção primária à saúde”, recebeu o 1º lugar. O estudo faz parte de um projeto de pesquisa coordenado pela professora Aline Roberta Danaga do Instituto de Ciência da Motricidade (ICM) da UNIFAL-MG, com colaboração dos docentes Neidimila Aparecida Silveira e Ricardo Goes de Aguiar, também do ICM, e da professora Ana Cláudia Mesquita Garcia da EE.
“O estudo, que tem um caráter interdisciplinar, envolve profissionais da rede municipal de saúde, residentes em saúde da família, acadêmicos e docentes da UNIFAL-MG. A premiação recebida confere visibilidade aos estudos do Centro Interdisciplinar de Estudos em Cuidados Paliativos (CIECP) da UNIFAL-MG e destaca o papel da pesquisa universitária na transformação social”, enfatiza Aline Danaga. A professora complementa esperar que o diagnóstico das necessidades locais contribua para a implementação da Política Nacional de Cuidados Paliativos, recentemente aprovada, e que fortaleça a gestão em saúde, para garantir que o cuidado equitativo e universal se torne uma realidade para a população.
O estudo contou com a participação das discentes de graduação Patrícia Helena Campos, Larissa Iara Amaro e Bianca Magalhães Leite, do curso de Fisioterapia; do estudante Pedro Luís Ortelani Valadares, do curso de Medicina; além das residentes Evelyn Santos Alves e Lara Vilas Boas da Silva, do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família. “A pesquisa objetiva identificar as necessidades de cuidados paliativos da população assistida na atenção primária à saúde. Trata-se de um estudo descritivo, transversal”, declara Ana Cláudia Garcia. O trabalho é vinculado também ao projeto de extensão aliviAR, ação componente do Programa de Extensão PaliAtivo.
Em segundo lugar, o prêmio foi concedido ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do estudante do curso de Medicina João Pedro Ferreira Benedito. Denominado “Experiências espirituais em pessoas com doenças graves em fim de vida: revisão integrativa”, a pesquisa foi orientada pela professora Ana Cláudia Garcia, que também orienta a doutoranda Geovanna Maria Isidoro, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF), que colaborou no estudo. “Esse trabalho que nós desenvolvemos foi o primeiro artigo científico que eu tive a oportunidade de participar da produção. Pra mim, essa é a minha maior conquista acadêmica que eu tenho até o momento”, destaca João Pedro Benedito.
Já o Congresso Paulista de Cuidados Paliativos teve como tema “Equidade e diversidade no Cuidado Paliativo Interdisciplinar” e contou com mini-cursos, palestras e mesas redondas que discutiram temas atuais relacionados aos cuidados paliativos. A UNIFAL-MG também recebeu o primeiro lugar com o trabalho “Sofrimento holístico em pacientes adultos com câncer: estudo qualitativo”. Orientado por Ana Cláudia Garcia, o estudo conta com a participação de Angela Bezerra Perlamagna, estudante do curso de Medicina, Cremilson de Paula Silva, mestrando do PPGEN, Eliza Mara das Chagas Paiva, doutoranda do PPGEN, Tais Rodrigues Caproni, egressa do curso de Enfermagem e Silvana Maria Coelho Leite Fava docente na EE.
“Foi na UNIFAL-MG que pude começar a construir minha base teórica sobre cuidados paliativos, uma vez que minha curiosidade encontrou aliadas na docência da universidade. POr meio de palestras, eventos, cursos, disciplina optativa, projeto de extensão e liga acadêmica, minha busca pelo assunto gerou muitos frutos. Hoje, egressa há quase 2 anos, caminho para o fim da minha residência em Saúde do Idoso em Cuidados Paliativos na USP e logo serei uma especialista na área”, salienta Tais Caproni.
Ela complementa que, ao revisitar essa trajetória, fica ainda mais grata por fazer parte de um trabalho que foi construído com tantas mãos e que teve um reconhecimento merecido no primeiro lugar na premiação no 5º Congresso Paulista de Cuidados Paliativos. “Ao lançar luz ao sofrimento espiritual, o trabalho se debruçou em pensar na qualidade da assistência, possibilitando o oferecimento de um cuidado mais holístico ao paciente. Valores que acredito. Carrego minhas raízes comigo”, ressalta.
Além dos trabalho premiados, o Congresso Paulista contou com a exposição de banners, sendo eles: “Evidências psicométricas do Pictograma do Sofrimento entre pessoas com câncer”, produzido por Angela Perlamagna, Cremilson Silva, Eliza Paiva, Talita Prado Simão Miranda, Everson Cristiano de Abreu Meireles, Ana Cláudia Garcia; e “Enfrentamento religioso/espiritual em adultos com Neuralgia do Trigêmeo: resultados preliminares”, por Cremilson Silva, Angela Perlamagna, Pedro Henrique Hernandez Chaves, Lourdes Helena de Paula Santos, Eliza Paiva e Ana Cláudia Garcia.
“Falar de cuidados paliativos é falar de humanidade, de presença e de um olhar integral para cada pessoa e família em sua singularidade. Por isso, a produção científica nessa área é tão importante, ela dá sustentação e reafirma a urgência de reconhecer as demais dimensões do cuidado para além do sofrimento físico, aproxima prática e evidência e demonstra que ciência e humanização devem caminhar juntas”, finaliza Angela Perlamagna.
