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UNIFAL-MG encerra a quarta edição do curso de extensão sobre Filosofia Política no campus de Varginha; aulas promoveram reflexões sobre temas relacionados à democracia

Com uma centena de inscritos, a quarta edição do curso de Filosofia Política da UNIFAL-MG completou o ciclo desse ano, com as cinco aulas previstas, relacionadas ao tema central da democracia, ofertando aos cursistas passagens desde a história antiga até reflexões contemporâneas.

Aula ministrada por professora Elisa Zwick analisou o cenário político nacional a partir da psicologia das massas, de Freud. (Foto: Arquivo/Coordenação)

A última aula, no dia 25 de maio, foi ministrada pela professora Elisa Zwick (Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA) que analisou o cenário político nacional a partir da psicologia das massas, de Sigmund Freud. A aula marcou o encerramento do curso e trouxe uma visão de como o pai da psicanálise concebeu uma visão crítica sobre as formas de domínio que ascenderam na Europa dos anos 1920 e que ainda vivem hoje em muitas partes do mundo. A abordagem freudiana foi analisada em suas contribuições ao entendimento mais esclarecido da realidade brasileira a partir de 2018.

A professora Janaína Fernandes abordou a análise da obra “Memórias da plantação”, de Grada Quilomba. (Foto: Arquivo/Coordenação)

No sábado anterior, dia 18, a professora Janaína de Mendonça Fernandes (ICSA) abordou a análise da obra “Memórias da plantação”, de Grada Quilomba, que traz uma leitura fundamental para compreender o racismo cotidiano e como se formam os preconceitos no interior da sociedade. A aula teve um apelo crítico para a compreensão mais ampla sobre o tema da tolerância, visto as questões de raça e gênero perpassarem toda a sociedade e interferirem diretamente na noção de espaço público.

Reflexões que conectaram história e gênero, a partir da obra de Silvia Federici, “Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação” marcaram a aula da professora Paula Martins. (Foto: Arquivo/Coordenação)

A professora Paula Gontijo Martins (ICSA) trouxe reflexões que conectaram história e gênero, a partir da obra de Silvia Federici, “Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação”. O debate ensejou a compreensão de questões enfrentadas pelas mulheres a partir da dissolução dos laços comunais, típicos das sociedades até a idade média. A partir da obra, a professora Paula Martins tanto pautou histórias que ela mesma conheceu durante suas pesquisas com mulheres e suas lutas cotidianas, como também buscou tecer uma construção do conflito existente entre o sistema econômico vigente e a vida das mulheres na atualidade.

Na abertura do evento, o professor Sandro Cerveira (reitor da UNIFAL-MG) mostrou como o papel das universidades se insere no contexto político nacional. (Foto: Arquivo/Coordenação)

O curso de extensão universitária foi inaugurado no dia quatro de maio, com duas aulas no mesmo sábado. O reitor da Universidade, o professor Sandro Amadeu Cerveira, mostrou como o papel das universidades se insere no contexto político nacional e é fundamental ao desenvolvimento da democracia. Isso pois, a universidade é o espaço da diversidade, da vivência de experiências com o diferente, sendo fundamental que seus avanços reverberem à sociedade, contribuindo efetivamente às mudanças necessárias à melhora da vida.

Análises sobre os momentos inaugurais da democracia como modo de pensar a organização de sociedades foram apresentadas durante a aula do professor Lucas Magalhães Costa – mestre em História Ibérica pela UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo/Organização)

Na mesma tarde, o professor Lucas Magalhães Costa, mestre em História Ibérica pela UNIFAL-MG, recuperou a estrutura nascente da Democracia Grega no século IV a.C., trazendo aos cursistas um conjunto de análises sobre os momentos inaugurais da democracia como modo de pensar a organização de sociedades. A aula buscou ler aquela realidade à luz do sistema implantado por Sólon na Atenas antiga. Mediante o arrolar de muitos fatos datados, os cursistas puderam compreender o jogo democrático unido a questões da frágil natureza humana.

A coordenação do projeto foi do professor Fernando Batista Pereira (ICSA), contando com a coordenação adjunta da professora Elisa Zwick. “A iniciativa trouxe abordagens diversas relacionadas à democracia como temática central, uma vez que nossa proposta se estende a um público também diverso, com níveis diferentes de formação e de interesse tendo sido assim que conseguimos uma frequência sempre acima do esperado ao longo das edições do curso”, afirmou a coordenadora adjunta. “Confiamos que, em edições futuras, possamos ampliar nossos pontos positivos e tratar de muitos outros temas, sempre à luz do rigor científico, dialogando com a realidade local e acessível a quem se interessar”, completou.

Histórico

O curso de Filosofia Política foi criado em 2019 e já reuniu mais de 800 alunos inscritos. A iniciativa reforça o caráter extensionista da universidade pública e ao longo das edições vem contando com a participação de estudantes, docentes da Universidade e muitos que não estão ou nunca estiveram dentro de uma universidade e nele encontram espaço para o debate de ideias, crescimento pessoal e social.

As aulas se inserem no projeto “Um Livro, Várias Lições” que já publicou dois livros, o primeiro em 2020 e o segundo em 2022.

Com informações: Lucas Magalhães Costa e Elisa Zwick

(Fotos: Arquivo/Coordenação)

(Imagem no destaque: Participantes do curso durante o encerramento no dia 25 de maio – Foto: Arquivo/Coordenação)

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