A UNIFAL-MG participou de audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada no dia 25 de abril, no Auditório da Faculdade de Medicina, na Unidade Educacional Santa Clara. A audiência discutiu os desafios do acesso, da permanência e da qualidade na educação básica e superior.
O professor Wellington Ferreira Lima, pró-reitor de Graduação, representou a Universidade e apresentou o contexto atual da educação superior no Brasil, destacando os principais desafios para o ingresso e a permanência dos estudantes nas universidades públicas. De acordo com ele, os cursos superiores de curta duração, embora pensados para atender à demanda da população, não têm gerado boa ocupação. “Os cursos mais longos continuam sendo os mais procurados, porque ainda oferecem melhores perspectivas de remuneração”, explicou.
Ele também chamou atenção para as vagas ociosas no ensino superior, sobretudo no setor privado, cuja acessibilidade é limitada. “As matrículas aumentam, mas a oferta ainda é muito superior à ocupação. Isso pode se explicar pela baixa renda da população e pela falta de visão do ensino superior como um sistema”

Para o pró-reitor, é essencial que os órgãos reguladores do ensino superior público atuem de forma integrada e que o INEP intensifique a fiscalização sobre cursos a distância. “Precisamos distinguir as instituições comprometidas com a formação de qualidade daquelas que só visam o baixo custo.”
Sobre a importância do evento, o pró-reitor afirmou que as audiências podem ser um início de conversa para uma mudança que passa pela valorização das carreiras do estado, um plano de estado definido para a escolarização com qualidade da sua população, que precisa ser um projeto de estado, independente de um governo de centro, de esquerda ou de direita”.
A audiência contou com a presença de professores, estudantes de graduação e do ensino médio, além de gestores de educação de diversas cidades do Sul de Minas. Também foram debatidos o não preenchimento de vagas em cursos de ensino superior, a evasão universitária, a duração dos cursos de graduação e os impactos do novo ensino médio, autonomia administrativa e financeira das escolas públicas.
Para os estudantes, fortalecer as políticas de permanência é essencial. Em depoimento à TV Assembleia, o estudante Pablo Almeida, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UNIFAL-MG, reforçou a necessidade de ampliação das bolsas e da infraestrutura de apoio. “A permanência estudantil é essencial, principalmente para quem depende de cursos integrais ou para quem trabalha durante o dia e estuda à noite. Precisamos da ampliação dos auxílios, como restaurante universitário, bolsas de permanência, assistência estudantil e moradia estudantil”, ressaltou.
A audiência também discutiu o Projeto de Lei 882/2023, de autoria do deputado Luizinho (PT), que propõe conceder autonomia administrativa e financeira às escolas públicas estaduais de educação infantil, fundamental e média. O deputado defende que a gestão direta pela comunidade escolar é uma alternativa à municipalização e à privatização do ensino público. “Ao invés de municipalizar ou privatizar, entrega para a escola administrar. Dá autogestão para a escola, deixa o povo se autogerir. Se a gente confiar nos nossos diretores, na comunidade escolar, o dinheiro dobra, não tem burocracia”, reforçou.
Além do pró-reitor da UNIFAL-MG e do deputado Luizinho, também participaram da audiência o presidente da Câmara Municipal de Alfenas, vereador Matheus Paccini Pereira; Roberto Naves Vicente, diretor da Superintendência Regional de Ensino de Varginha; Rosemeire Correia, diretora da Escola Estadual Arlindo Silveira Filho; Alice Bastos, diretora da Escola Estadual Samuel Engel; Joás Vitor Soares, estudante de ensino médio; João Marcos Lourenço, professor da educação básica; e Vicente Thiago de Carvalho, diretor da startup Tec.br.