
Lançado em 21 de novembro de 2024 em solo nacional, Wicked: Parte 1 foi uma das estreias mais aguardadas do ano e marcou a chegada aos cinemas de um dos musicais mais famosos da Broadway. Dirigido por Jon M. Chu, o longa adapta a peça de mesmo nome, que, por sua vez, é inspirada no romance de Gregory Maguire. A trama é um prelúdio de O Mágico de Oz, de L. Frank Baum, e narra a trajetória de Elphaba, desde sua passagem pela Universidade de Shiz até sua transformação na temida Bruxa Má do Oeste. A protagonista sofre preconceito pelos habitantes de Oz por ter a pele verde, porém, é uma bruxa poderosa que ainda não sabe controlar seus poderes e sonha em um dia ser aceita pelos demais. Após anos de especulação sobre a possibilidade de uma adaptação da história para o cinema, a espera valeu a pena.
A direção de Jon M. Chu foi cuidadosamente pensada, já que a sua motivação para a realização do longa partiu de uma admiração pelo musical, o que inviabiliza a possibilidade do filme ser medíocre. Como fã da peça original, Chu fez escolhas acertadas, especialmente na seleção do elenco, que trouxe à vida às personagens de forma marcante. A escolha de Cynthia Erivo, como Elphaba, e Ariana Grande, como Galinda/Glinda, são prova disso. Ambas as atrizes demonstram uma química impressionante dentro e fora das telas, o que é imprescindível para uma história como Wicked, dado que o cerne do enredo é a construção de amizade entre as personagens que, no começo da trama se detestam, mas no final se tornam grandes amigas. Damos destaque a uma das cenas mais emocionantes do filme, em que Elphaba vai a um baile e é motivo de chacota pelas pessoas por se vestir com um chapéu de bruxa, dado a ela por Glinda, como piada. Glinda, porém, vendo Elphaba em uma situação de vulnerabilidade, se solidariza com a personagem e ambas começam uma amizade verdadeira.
A performance de Ariana Grande também é um ponto a se comentar. Muito se especulou se a interpretação da cantora estaria à altura dos outros atores, já que, embora Grande tenha iniciado sua carreira como atriz de musicais, a maior parte dela foi dedicada à música. Contudo, Ariana superou as expectativas como Glinda, demonstrando que sua paixão pela personagem e pelo musical a motivou a entregar o melhor de si para o papel. As aparições da personagem são marcadas por alívios cômicos e números musicais encantadores. Podemos dizer o mesmo de Cynthia Erivo, que entregou para os espectadores uma Elphaba complexa, cheia de nuances e com vocais que chegam a arrepiar.
Em suma, acreditamos que Wicked: Parte 1 superou as expectativas que já eram altas, tanto dos fãs do musical, quanto do público que passou a conhecer a obra por conta do filme. A segunda parte do longa está prevista para ser lançada neste ano de 2025 e cremos que, assim como a primeira, não vai decepcionar. O sentimento que temos ao ver uma obra tão aguardada se concretizar de forma tão satisfatória é de deleite.
Paratexto editorial Resenha Crítica, produzido no âmbito da disciplina “Introdução à Editoração”, ministrada pela professora Flaviane Faria Carvalho, em parceria com os projetos +Ciência (FAPEMIG/UNIFAL-MG) e Laboratório de Estudos Editoriais (PROEC/UNIFAL-MG).

Gabriel Gandini e natural de São Carlos-SP e graduando do curso de Letras – Línguas Estrangeiras pela UNIFAL-MG (2021-2025). Atualmente, desenvolve pesquisa na área da literatura gótica e integra equipe editorial da Revista (Entre Parênteses).

Paulo Ricardo Passos Rezende é natural de Juruaia-MG e graduando em Letras – Línguas Estrangeiras pela UNIFAL-MG (2021-2025). Atualmente, atua como editor adjunto da revista Entre Parênteses, é membro do PET-Letras e realiza pesquisas na área de Linguística Aplicada.
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