Entre os dias 01 e 02/05, aconteceu, durante a Feira Literária de Poços de Caldas/MG, o Congresso Nacional da Educação. Na oportunidade, pesquisadores da UNIFAL-MG apresentaram o artigo “Libras e Inclusão no Ensino Superior: experiência de um Projeto de Extensão no campus Poços de Caldas”. O trabalho foi apresentado oralmente no eixo temático Educação Inclusiva, no dia 02/05, às 9h.
O artigo, fruto do projeto de extensão com mesmo título, foi elaborado por Hainoã Rodrigues Rocha Sandy, discente do curso de Bacharelado interdisciplinar em Ciência e Tecnologia (BICE) da UNIFAL-MG, na companhia de Kênia Vieira, coordenadora de Assuntos Comunitários e Interseccionalidades da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRACE), Simone Venâncio Martins, tradutora e intérprete de Língua de Sinais na Universidade e Lucas Delbello Santos, tradutor e intérprete de Libras no Instituto Federal de Educação (IFSP).
Segundo Kênia Vieira, a apresentação contou com exposição dos resultados do projeto, da metodologia e de fotos e relatos dos participantes. “Dividimos a apresentação entre nós quatro, pois a impressão e a percepção de cada um(a) eram essenciais para transmitir nossa experiência de forma mais completa e autêntica”, explica.
“A participação da Hainoã, discente surda da Universidade, na apresentação, foi especialmente importante e inspiradora. Ela representa a diversidade e a inclusão não apenas no ambiente acadêmico, mas em todos os espaços, ajudando a conscientizar sobre as potencialidades da comunidade surda. Foi uma oportunidade única de mostrar que a representatividade é fundamental para transformar o cenário educacional e abrir caminhos para que mais estudantes surdos se sintam valorizados, ouvidos e incluídos”, continua.
Conforme Simone Martins, a apresentação oral foi enriquecedora tanto no âmbito profissional como pessoal. “Tive a honra de apresentar, ao lado de Kênia, Lucas e da aluna surda Hainoã, um trabalho que abordou um projeto de inclusão, com foco no ensino da Libras e na vivência proporcionada por uma visita ao INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos”, explica.
Lucas Santos, por sua vez, afirma que a apresentação, na realidade, é o fruto da relevância do trabalho desenvolvido na Universidade na forma de extensão. “O Congresso também nos proporcionou a oportunidade de apresentar à comunidade externa tudo aquilo que é feito dentro dos muros da UNIFAL, valorizando nossa caminhada. Foi um momento de relembrar atividades e dinâmicas realizadas nos diversos espaços do campus, as avaliações feitas pela própria discente aos alunos do curso, e os emocionantes e maravilhosos resultados alcançados”, salienta.
Hainoã Rodrigues, por fim, fala sobre a importância do protagonismo de alunos e pesquisadores surdos no ambiente acadêmico. ““No congresso, foi maravilhoso. As pessoas estavam vendo o que fizemos. Quando me perguntavam sobre o tema, me perguntavam se eu estou melhor — e eu penso: se no futuro a inclusão vai melhorar, eu respondo que não, porque já está melhor. Nós estamos incluídos hoje. Eu tenho acesso, consigo estar em vários lugares da instituição . Então, não é algo que pertence apenas a uma perspectiva futura. Eu entendo que nós já estamos vivenciando isso. Estamos vivendo um momento de superação. Para mim, foi ótimo demonstrar isso a eles, e agradeço profundamente”, comenta.
Para os participantes, a presença no Congresso é um marco significativo no fortalecimento da inclusão no campus Poços de Caldas da UNIFAL-MG. “A apresentação de Hainoã, ao tocar em assuntos como acessibilidade linguística e destacar a Libras como um instrumento fundamental para a equidade e o pertencimento, sensibilizou participantes e integrantes da comunidade universitária”, conclui Kênia Vieira.
*Luana Bruno é estagiária da Diretoria de Comunicação da UNIFAL-MG.