O Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) instituiu pela resolução Resolução Nº 01, de 29 de novembro de 2024, o Prêmio Prof. Eliezer Jesus Barreiro em reconhecimento das melhores teses e dissertações. Na primeira edição, contemplando o quadriênio 2021-2024, o prêmio foi concedido à Tássia Venga Mendes, pela tese “Dessorção direta de moléculas retidas em sorventes magnéticos empregando ionização ambiente“, e a Luiz Filipe Costa, pela dissertação “Ensaio do citoma em mucosa oral como bioindicador de efeito no monitoramento da exposição ocupacional aos triazois“.
O nome do prêmio é uma homenagem ao professor Eliezer Jesus Barreiro ,referência nacional e internacional na área de química medicinal e contribuiu muito para a criação do PPGCF, além de ter ministrado a aula magna de criação do programa e a aula magna de comemoração dos 10 anos. O pesquisador foi docente da UFRJ e faleceu em 2024.
A premiação ocorreu no primeiro semestre deste ano, em evento de comemoração aos 20 anos do PPGCF com o objetivo de valorizar a produção científica e reconhecer os trabalhos acadêmicos de destaque no campo das ciências farmacêuticas. Na entrevista, os premiados falam sobre o significado do reconhecimento, os caminhos percorridos na pesquisa, os desdobramentos de seus estudos e a importância da criação do prêmio como incentivo à excelência acadêmica na UNIFAL-MG.
Qual a importância de receber o prêmio “Prêmio Prof. Eliezer Jesus Barreiro”? Acredita que essa iniciativa é um incentivo aos pesquisadores da UNIFAL-MG?

Tássia Venga Mendes: Receber o Prêmio Prof. Eliezer Jesus Barreiro, na categoria Tese, representa um marco muito especial na minha trajetória acadêmica. Mais do que reconhecer o trabalho que desenvolvi ao longo dos anos de doutorado no PPGCF, levar em minha trajetória o nome de um cientista brasileiro que foi fundamental para o avanço da Química Medicinal e para a promoção da pesquisa de excelência no país é, sem dúvida, uma grande honra.
Aproveito para expressar minha sincera gratidão ao meu orientador, Prof. Dr. Eduardo Costa de Figueiredo, cuja orientação e apoio foram essenciais para o sucesso do projeto, da tese e da minha formação como pesquisadora. Esta conquista também é dele.
No mais, tenho certeza de que este reconhecimento abrirá muitas portas para os próximos desafios e conquistas que virão. Estou muito feliz!
Acredito que essa premiação, sem dúvida, serve como um incentivo aos pesquisadores da UNIFAL-MG. Ela estimula o compromisso com a produção de pesquisas de alta qualidade, que gerem impacto positivo tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade. Reconhecer e celebrar esses trabalhos é uma forma poderosa de encorajar que sejam conduzidos com ainda mais rigor, seriedade e dedicação.
Luiz Filipe Costa: Receber o Prêmio Prof. Eliezer Jesus Barreiro é, sem dúvida, um reconhecimento muito significativo, especialmente por ser um prêmio que valoriza a qualidade acadêmica e a contribuição científica de dissertações na UNIFAL-MG. Esse tipo de prêmio não apenas reconhece o esforço e a dedicação do pesquisador, mas também serve como uma motivação para outros estudantes e pesquisadores a se dedicarem mais à pesquisa científica de excelência. No contexto da UNIFAL-MG, acredito que a criação desse prêmio é uma excelente forma de estimular a produção científica dentro da instituição, além de demonstrar o compromisso da universidade com o fomento à pesquisa de alto nível. Sem dúvida, é um incentivo importante para todos que se dedicam ao ambiente acadêmico.
Tássia Venga Mendes
A indicação e premiação também é uma forma de mostrar a relevância da pesquisa desenvolvida e o reconhecimento da sua dedicação e esforço na pós-graduação?
Tássia Venga Mendes: Com certeza. A indicação e a premiação são reflexos diretos da relevância científica, social e tecnológica do trabalho que desenvolvi durante o doutorado. Foram duas patentes depositadas e um artigo publicado que foi destaque internacionalmente. Além disso, uma das técnicas inovadoras desenvolvidas, a Magnetic Particle Mass Spectrometry (MPS-MS), hoje faz parte de outros trabalhos do Laboratório de Toxicantes e Fármacos (LATF) na linha de pesquisa do Prof Dr Eduardo Costa de Figueiredo, em que um artigo a partir de uma dissertação de mestrado também já foi publicado. Foram anos de dedicação exclusiva à pesquisa e ver o meu trabalho ser reconhecido e aplicado a outros estudos não só valida a importância do trabalho, mas também reconhece toda a minha dedicação ao desenvolvê-lo.

Luiz Filipe Costa: Sim, a premiação da dissertação é uma forma de evidenciar a relevância da pesquisa que realizamos. Não se trata apenas de uma validação pessoal, mas também de um reconhecimento da importância do tema abordado e da contribuição que ela pode trazer para a sociedade, no caso agricultores. Durante todo o trabalho, a dedicação e o esforço são imensos, e a premiação acaba sendo um reflexo de todo esse processo árduo de pesquisa, aprendizado e desenvolvimento acadêmico. Isso também reforça o valor da pesquisa realizada e pode abrir portas para novas oportunidades, como publicações ou colaborações com outros pesquisadores.
Atualmente, qual a sua atividade? Trabalha em alguma instituição?
Luiz Filipe Costa: Atualmente sou aluno de doutorado no PPGCF, além de trabalhar como docente na universidade Prof. Edson Antônio Velano.
Tássia Venga Mendes: Atualmente, sigo trabalhando com espectrometria de massas, agora em um pós-doutorado na Baylor College of Medicine, localizada no Texas Medical Center, o maior centro médico do mundo, em Houston nos Estados Unidos. Sob a supervisão da Dra Livia Eberlin, hoje trabalhando com análises diretas por ionização ambiente em espectrometria de massas, utilizando a técnica DESI-MSI (Desorption Electrospray Ionization Mass Spectrometry Imaging). Trata-se de uma técnica de imagem baseada em espectrometria de massas que permite mapear a distribuição espacial de moléculas (metabólitos e lipídios, por exemplo) diretamente em superfícies, como tecidos biológicos, sem a necessidade de preparo complexo da amostra. Nessa abordagem, um solvente orgânico é aplicado sobre a amostra, promovendo a dessorção e ionização dos analitos, que são então direcionados ao espectrômetro de massas para análise. As moléculas detectadas são convertidas em pixels, revelando a distribuição de substâncias específicas nos tecidos. Em outras palavras, tira-se uma “fotografia” das moléculas ionizadas para que se saiba onde elas estão localizadas no tecido biológico. Portanto, eu utilizo essa técnica para investigar possíveis biomarcadores para a progressão da doença de Alzheimer e em um projeto que investiga câncer de ovário.
Luiz Filipe Costa
Como você avalia a iniciativa de criação do “Prêmio Prof. Eliezer Jesus Barreiro”, pelo PPGCF?
Tássia Venga Mendes: Avalio essa iniciativa como extremamente valiosa e inspiradora. O “Prêmio Prof. Eliezer Jesus Barreiro” não só homenageia um nome fundamental da ciência brasileira, mas também eterniza seu legado ao incentivar novos talentos e valorizar a excelência acadêmica dentro do PPGCF. Para os alunos, esse prêmio representa mais do que uma conquista acadêmica — é um reconhecimento do esforço, da criatividade e do compromisso em gerar pesquisa de qualidade.
Luiz Filipe Costa: Considero que a criação do Prêmio Prof. Eliezer Jesus Barreiro é uma iniciativa muito positiva. Premiar as melhores dissertações e teses é uma excelente forma de valorizar o trabalho acadêmico e incentivar a produção científica de qualidade dentro da instituição. Esse tipo de reconhecimento não só beneficia os premiados, mas também serve como exemplo para os outros estudantes, criando um ciclo de incentivo à pesquisa e à excelência acadêmica. Além disso, presta uma homenagem a um professor cuja trajetória deixou um legado significativo na universidade, o que reforça ainda mais a importância do prêmio. Só tenho a agradecer pela oportunidade em desenvolver esta pesquisa no qual estamos colhendo vários frutos positivos, tanto a nível acadêmico, quanto social.
Relembre o evento de premiação: