Egressos e docente do curso de Ciência da Computação da UNIFAL-MG conquistam primeiro lugar no ADIA Lab Structural Break Challenge, premiação internacional em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos

Equipe superou mais de 10 mil participantes com algoritmo inédito de Inteligência Artificial
Da esquerda para a direita, o egresso João Pedro Peinado, o professor Humberto César Brandão de Oliveira e o egresso Mário Augusto Filho, todos da UNIFAL-MG. (Fotos: arquivo pessoal)

Os egressos do curso de Ciência da Computação da UNIFAL-MG, Mário Augusto Filho e João Pedro Peinado, conquistaram primeiro lugar no ADIA Lab Structural Break Challenge, competição internacional em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A equipe contou com a coordenação de Humberto César Brandão de Oliveira, professor de licença sem vencimento, do Instituto de Ciências Exatas (ICE) da Universidade, e do professor Rafael Alencar, do IF Sudeste MG – campus Barbacena. A competição ocorreu entre os dias 14/05 e 30/09 e o resultado foi divulgado durante o evento entre os dias 27 e 29/10.

Momento em que o CEO e fundador da Crunch, Jean Herelle, anuncia a conquista do primeiro lugar pela equipe da UNIFAL-MG, em parceria com o professor Rafael Alencar, do IF Sudeste MG – campus Barbacena, na segunda etapa da competição.

A equipe recebeu um prêmio equivalente a 40 mil dólares (USD) pela colocação. A premiação foi organizada pela plataforma de IA CrunchDAO e patrocinada pela ADIA Lab, centro de pesquisa vinculado ao fundo soberano Abu Dhabi Investment Authority (ADIA). A atividade reuniu pesquisadores de diversos países e a competição contou com duas etapas.

O professor Humberto Brandão explica que eles tinham interesse em identificar se os mercados financeiros tiveram uma quebra estrutural. “Em outras palavras, verificar se o mercado passou a se comportar de forma diferente do que vinha se comportando”, afirma.

Mário Filho explica que havia uma nota pública, que todos podiam ver durante toda a competição, e uma nota privada, que foi calculada reprocessando o algoritmo de todos os competidores em uma nova base de dados. “A base de dados da segunda etapa é usada para verificar se o algoritmo criado durante a competição, tem poder de generalização. Sendo assim, muitas participantes caíram de suas de posições quando novas séries temporais foram apresentadas. Nosso grupo conseguiu se manter, sendo o único time a ultrapassar a barreira dos 90% de ‘acerto'”, relata.

O egresso evidencia que a equipe utilizou uma abordagem chamada Stacking em uma versão adaptada criada durante o pós-doutorado do professor Humberto Brandão, em que diferentes modelos de Inteligência Artificial (IA) são desenvolvidos de forma independente e depois combinados em uma solução única.

“Essa técnica aproveita a diversidade entre os modelos individuais, resultando em um desempenho final mais robusto e generalizável. A adaptação foi criada sobre a base de outra competição, tendo na época o propósito ser vencedora com alta confiança estatística, independentemente dos fatores aleatórios ou ruídos inerentes à base ou ao processo de aprendizado”, salienta.

Menbros da equipe da UNIFAL-MG junto com outros participantes do evento.

O docente Humberto Brandão destaca que a atividade é importante, pois o resultado ainda é uma questão em aberto na academia, onde os egressos da UNIFAL-MG foram capazes de acertar mais de 90% dos casos apresentados. “Nenhum outro time no mundo ultrapassou a barreira de 90%”, os da UNIFAL-MG, conseguiram vencer o desafio usando métodos clássicos de IA, sem o uso de ferramentas como o chatgpt“, ressalta.

A inscrição foi feita pela plataforma CrunchDAO. Cada equipe podia submeter códigos e modelos ao longo da competição, assim, recebiam pontuações automáticas baseadas em métricas de desempenho. Mário Filho conta que a equipe tem o hábito de participar de competições internacionais de Machine Learning para testar ideias de pesquisa em ambientes competitivos e práticos.

“O ADIA Lab Structural Break Challenge chamou a atenção por unir temas de interesse comum entre os integrantes, como finanças quantitativas, ciência de dados e modelagem estatística, e também pelo fato de ter sido divulgado pelo professor Marcos López de Prado, um dos maiores pesquisadores do mundo na área de Machine Learning for Finance”, declara.

A premiação reuniu mais de 10 mil participantes de diversos países. O evento ainda contou com a participação de quatro ganhadores do Prêmio Nobel, Steven Chu e Konstantin Novoselov (Física), e Robert Engle e Guido Imbens (Economia).

“A conquista destaca a qualidade da formação oferecida pelo curso de Ciência da Computação da UNIFAL-MG, mostrando que seus egressos e docentes têm capacidade de competir e vencer, em nível internacional e em desafios avançados de IA. O resultado reforça o papel da Universidade na produção de conhecimento e na preparação de profissionais para resolver problemas reais nas áreas de tecnologia, indústria e finanças quantitativas”, finaliza Mário Filho.

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