Pesquisa comparativa entre Brasil e Colômbia investiga se estados ampliados de consciência relacionados ao uso de psicodélicos influenciam o bem-estar

Coordenado pela UNIFAL-MG, o estudo avalia autotranscendência e bem-estar entre usuários e não-usuários de psicodélicos; adultos podem participar voluntariamente da coleta de dados
Imagem ilustrativa. (Foto: Reprodução/Canva Education)

Em parceria com instituições do Brasil e da Colômbia, a UNIFAL-MG está desenvolvendo um estudo internacional que busca analisar como a autotranscendência se relaciona com o bem-estar psicológico de pessoas que usam ou não substâncias psicodélicas. A pesquisa Autotranscendência e bem-estar entre usuários e não-usuários de psicodélicos: um estudo comparativo Brasil x Colômbia acaba de iniciar sua fase de coleta de dados e está aberta à participação voluntária de adultos.

A professora Ana Cláudia Mesquita Garcia, da Escola de Enfermagem, é a coordenadora do estudo internacional. (Foto: Arquivo Pessoal)

O trabalho é coordenado pela professora Ana Cláudia Mesquita Garcia, da Escola de Enfermagem, e conta com a participação de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e da Fundación Consciencia Viba (Colômbia).

“O estudo foi idealizado a partir da colaboração entre pesquisadores brasileiros e colombianos interessados em investigar o potencial terapêutico de estados ampliados de consciência causados por psicodélicos”, explica a professora Ana Cláudia Garcia.

A coleta é feita virtualmente, por meio de um formulário no Google Forms. A participação é totalmente anônima e destinada a pessoas maiores de 18 anos, com ou sem experiência com substâncias psicodélicas. Os questionários incluem informações como dados sociodemográficos (idade, escolaridade, país, entre outros); escala de autotranscendência; escala de satisfação com a vida; escala de bem-estar geral; escala de afetos positivos e negativos, e também questões abertas, com espaço para relatos pessoais sobre autotranscendência, bem-estar e experiências relacionadas a psicodélicos.

“O objetivo da pesquisa é analisar o papel da autotranscendência como possível mediadora do bem-estar e investigar se o uso de psicodélicos pode estar relacionado à autotranscendência”, comenta a coordenadora, informando que a comparação entre os dois países poderá revelar semelhanças e diferenças culturais nas formas de vivenciar a expansão da consciência e de construir sentido na vida.

O que é autotranscendência

A professora explica que a autotranscendência é um conceito associado à expansão da consciência e à busca de significado. “A autotranscendência é a capacidade humana de ir além de si mesmo, expandindo as fronteiras da própria consciência e encontrando sentido e conexão mesmo em meio à vulnerabilidade, à dor ou à doença”, esclarece Ana Cláudia Garcia.

Baseada na Teoria da Autotranscendência, da enfermeira e pesquisadora norte-americana Pamela Reed, a coordenadora da pesquisa explica a experiência pode se manifestar de quatro maneiras: interiormente, por meio da reflexão, da autopercepção e do autoconhecimento; exteriormente, nas relações de cuidado e nas conexões humanas e ambientais; transpessoalmente, quando há uma vivência espiritual ou um sentimento de unidade com algo maior e, ainda, temporalmente, ao encontrar sentido no presente e integrar passado e futuro de forma significativa.

“Esse processo acontece quando a pessoa amplia sua forma de perceber o mundo: voltando-se para dentro de si, conectando-se com outras pessoas, com a natureza ou com algo considerado sagrado, e encontrando significado na experiência de estar viva”, sintetiza.

Como participar

Interessados em contribuir com o estudo podem acessar o formulário este link: linktr.ee/psicodeliAT. A participação é voluntária, anônima e leva aproximadamente 10 a 15 minutos.

Participe do Jornal UNIFAL-MG!

Você tem uma ideia de pauta ou gostaria de ver uma matéria publicada? Contribua para a construção do nosso jornal enviando sugestões ou pedidos de publicação. Seja você estudante, professor, técnico ou membro da comunidade, sua voz é essencial para ampliarmos o alcance e a diversidade de temas abordados.

LEIA TAMBÉM