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Mulheres são a maioria entre as profissionais engenheiras formadas pela UNIFAL-MG

Não é de hoje que as mulheres lutam por igualdade de direitos e oportunidades, seja em ambientes acadêmicos ou profissionais. Testemunhamos muitos avanços nos últimos tempos, com o protagonismo das mulheres em diversos segmentos da sociedade, mas em algumas áreas, como as das engenharias, elas ainda precisam reivindicar seu espaço. Isso tanto é real que o dia 23 de junho marca o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, data criada em 2014 pela organização britânica Women’s Engineering Society, como forma de fortalecer o papel que as engenheiras vêm ganhando na profissão, antes majoritariamente ocupada por homens.

Um levantamento feito junto ao Departamento de Registros Gerais e Controle Acadêmico (DRGCA) da UNIFAL-MG apontou algo diferente da realidade até então historicamente conhecida. Nos últimos dez anos, a Universidade formou mais mulheres engenheiras do que homens engenheiros. Dentre os 1.117 profissionais formados na área, elas representam 50,67% enquanto os homens representam 49,32%.

Na série histórica, elas representam 60% dos profissionais concluintes do curso de Engenharia Química, 49% dos concluintes do curso de Engenharia Ambiental e 34% dos formados em Engenharia de Minas.

Tais números reforçam a expressiva parcela que elas ocupam no mercado de trabalho, o que vem avançando com o passar dos anos. Apesar disso, ainda enfrentam barreiras culturais e sociais que precisam ser superadas.

Ísis Alves – egressa do curso de Engenharia Ambiental da Universidade, hoje concursada pela Prefeitura de Poços de Caldas. (Foto: Ivanei Salgado/Dicom)
Ísis Alves – egressa do curso de Engenharia Ambiental da Universidade, hoje concursada pela Prefeitura de Poços de Caldas. (Foto: Ivanei Salgado/Dicom)

Ísis Alves, egressa do curso de Engenharia Ambiental da Universidade, hoje concursada pela Prefeitura de Poços de Caldas e trabalhando no Gerenciamento de Resíduos Sólidos do município, conta que enfrentou desafios na atuação na área, como ser tratada de forma diferente por ser mulher. No entanto, conseguiu comprovar sua competência, o que ajudou a superar os estigmas.

“Fui tratada diferente porque é um meio comumente populoso pelos homens, mas também sempre tive excelência em sair desse tabu. Porque quando você se posiciona e quando a pessoa percebe que você é uma profissional capacitada e idônea, esse cenário muda”, compartilhou.

Em entrevista para a equipe de comunicação, a engenheira civil e docente Jéssica Ferreira Borges, professora do curso de Engenharia Civil do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), comentou a respeito dos desafios enfrentados especialmente pelas engenheiras civis, como a resistência de trabalhadores em aceitar ordens de mulheres e o preconceito enfrentado nas atividades de campo.

“Enfrentamos muitos julgamentos pela sociedade, por exemplo na instrução de um processo executivo para um pedreiro, até pegarem confiança, eles apresentam repulsão às nossas instruções. Tudo isso é conquistado com o tempo, mas a profissional precisa estar preparada”, destaca.

Profa. Jéssica Borges – engenheira civil e docente do Instituto de Ciência e Tecnologia. (Foto: Ivanei Salgado/Dicom)
Profa. Jéssica Borges – engenheira civil e docente do Instituto de Ciência e Tecnologia. (Foto: Ivanei Salgado/Dicom)

Conforme a docente, é importante que as futuras engenheiras tenham uma formação acadêmica sólida e se estabeleçam em um ambiente profissional que promova a equidade salarial e de oportunidades.

“Acredito que o ambiente acadêmico tem suma importância para formar essas alunas com competência comportamental perante os desafios da sociedade que são muitos, referente a sua postura em reuniões e ações de grupo. Além, é óbvio, de uma boa formação técnica para que ela se destaque e conquiste seu espaço no mercado. No âmbito profissional, há inúmeros pontos, mas o principal deles é a equidade salarial, de funções e atribuições”, diz.

A UNIFAL-MG oferta anualmente mais de 260 vagas para os cursos de Engenharia. Além do Bacharelado em Ciência e Tecnologia, que é a porta de entrada para um amplo conjunto de opções profissionais entre as quais a de futuros engenheiros, a Universidade também abre vagas para Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Minas, Engenharia de Produção e Engenharia Química. Todos os cursos são oferecidos no campus Poços de Caldas da Instituição.

Os dados dos cursos de Engenharia Civil e de Engenharia de Produção não entraram no levantamento feito para essa reportagem porque as primeiras turmas iniciaram em 2023.

Para saber mais a respeito dos desafios e dos progressos das mulheres na área, confira na íntegra a entrevista com a professora Jéssica Borges, na editoria Entrevista do Jornal UNIFAL-MG.

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