Uma viagem ao mundo cinematográfico de Jane Austen: “Orgulho e Preconceito”

Cena do filme “Orgulho e Preconceito” de 2006, dirigido por Joe Wright. (Foto: Reprodução/Internet)

“Orgulho e Preconceito” foi lançado no Brasil em dezembro de 2006, dirigido por Joe Wright com um roteiro adaptado no livro homônimo de Jane Austen e foi indicado para quatro categorias no Oscar.

O filme acompanha a vida das cinco irmãs Bennet, filhas de uma família inglesa da aristocracia rural na virada do século XIX. Assim como o livro, aborda temas como moralidade, preconceito e casamento como forma de ascensão social e segurança financeira para as mulheres da época.

As irmãs – Elizabeth (Keira Knightley), Jane (Rosamund Pike), Lydia (Jena Malone), Mary (Talulah Riley) e Kitty (Carey Mulligan) – foram criadas pela Sra. Bennet (Brenda Blethyn), uma mãe muito preocupada com o futuro de suas filhas, e o Sr. Bennet (Donald Sutherland), um pai recluso que não preparou um dote significativo para as filhas. O casamento é estabelecido como o foco da narrativa nos primeiros minutos do filme: a Sra. Bennet comemora a vinda de um jovem rico solteiro, o Sr. Bingley (Simon Woods), para a vizinhança e a possibilidade de casamento com uma de suas filhas. Isso é importante para a Sra. Bennet, já que nenhuma de suas filhas poderá herdar a propriedade onde moram, que irá pertencer ao primo do Sr. Bennet, Sr. Collins. Sendo assim, é essencial que elas se casem antes da morte do pai. A personagem principal, Elizabeth, deseja casar-se apenas por amor verdadeira, algo que será um conflito no decorrer da narrativa.

O Sr. Bingley vem acompanhado de suas irmãs e seu amigo, Sr. Darcy  (Matthew Macfadyen), o futuro par romântico de Elizabeth. O Sr. Darcy é um jovem muito rico, porém todos o enxergam como um homem egocêntrico e preconceituoso quando, no primeiro baile que é convidado, ele decide dançar apenas com as irmãs de seu amigo. No noite do baile, Elizabeth começa a nutrir uma antipatia pelo homem devido às recusas de tentativa de conversa e ouve-o dizer para seu amigo que ela não era bonita o suficiente para dançar com ela.

Os encontros entre o par romântico começam a ser constantes devido ao fato de viverem na mesma vizinhança e a proximidade de seu amigo, Sr. Bringley, e de sua irmã mais velha, Jane. Essas ocorrências são marcadas pelo constante conflito entre os dois e, ao mesmo tempo, pelo descobrimento de quem eles verdadeiramente são, sem as amarras da sociedade.

A narrativa envolvente permite o desenvolvimento dos personagens como indivíduos complexos, cheios de orgulho e preconceitos, e, ao final, como se apaixonam um pelo outro, compreendendo seus defeitos e como, muitas vezes, são circunstâncias da sociedade que os cercam. Os personagens secundários também têm seus lugares de destaque na narrativa, muitas vezes aproximando o casal, permitindo cada um ter o seu desenvolvimento, apesar de estarem em segundo plano. Em conjunto com o trabalho do elenco, todas as performances facilitam que todos os personagens tenham a sua importância.

A trilha sonora, composta por Dario Marianelli, propicia que o telespectador entre no mundo tão distante na nossa realidade do século XXI. As músicas, inspiradas nas sinfonias de Beethoven, permitem criar imagens distintas dos personagens e sua evolução. As mais reconhecíveis da obra são “Dawn”, a música de abertura, e “A Postcard to Henry Purcell”, trilha sonora da primeira dança do par romântico cheia de tensão.

O figurino também é outra peça essencial para compor o ambiente. Jacqueline Durran recebeu a sua primeira indicação ao Oscar de “Melhor figurino” pelo seu trabalho em “Orgulho e Preconceito”. As cores terrosas – marrom, verde e vermelho – ajudam a construir o ambiente rural do filme.

Todos esses elementos permitem uma construção da narrativa muito coerente e envolvente, fazendo assim um filme muito admirável e agradável, cheio de personagens humanos com defeitos e qualidades, suscetíveis a erros e acertos no decorrer da narrativa.

Após essa lista elogiando diversos aspectos do filme, a recomendação não seria surpresa alguma. A obra aborda diversos aspectos essenciais da mulher inglesa do século XIX, sem perder a oportunidade da sutil crítica à sociedade e apresentar uma história cheia de emoções e reviravoltas dos personagens.

Paratexto editorial Resenha Crítica, produzido no âmbito da disciplina “Introdução à Editoração”, ministrada pela professora Flaviane Faria Carvalho, em parceria com os projetos +Ciência (FAPEMIG/UNIFAL-MG) e Laboratório de Estudos Editoriais (PROEC/UNIFAL-MG).

Júlia Brazuna de Souza é estudante do 6° período do curso de Letras, Línguas Estrangeiras – Bacharelado (Espanhol e Inglês) da UNIFAL-MG. Atualmente, participa do projeto “Estruturação da Editora UNIFAL-MG: Fortalecendo a Produção e a Divulgação Do Conhecimento Científico” como bolsista de Desenvolvimento em Ciência, Tecnologia e Inovação. Desenvolve uma pesquisa de iniciação científica denominada “Identidade plural da personagem Antoinette Cosway da obra Wide Sargasso Sea, de Jean Rhys”, orientada pela professora Juliana Pimenta Attie.

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