Projeto de Extensão “Consciência Negra o ano todo” apresenta histórias e biografias negras para estudantes da rede estadual de Alfenas – MG

Atualizado em 1 de abril de 2025 às 08:41

Alunos da Escola Estadual Levindo Lambert na oficina (Imagem: Dicom/UNIFAL-MG)

O projeto de extensão “Consciência negra o ano todo, de janeiro a janeiro – 2ª Edição 2025”, realizou, nos dias 13 e 20 de março, as oficinas “Maria Firmina dos Reis e suas escrevivências” e “Chiquinha Gonzaga”. Os eventos foram organizados pela professora Ana Lúcia da Silva, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), e contaram com a participação de estudantes, professoras e profissionais de apoio ao desenvolvimento humano (ADH) do ensino fundamental II da Escola Estadual Levindo Lambert. As oficinas acontecem até dezembro de 2025.

De acordo com a professora, as atividades do projeto foram idealizadas com base em pesquisas desenvolvidas durante seu doutorado em História, período no qual estudou a formação da opinião pública sobre a história negra no Brasil. “Meu estudo foi realizado a partir de biografias negras, audiovisuais, literatura negra e documentos oficiais do Arquivo Público do Estado do Paraná”, explica.

Professora Ana Lúcia da Silva e aluna da Estadual Levindo Lambert (Imagem: Dicom/UNIFAL-MG).

O objetivo das oficinas é apresentar a história de pessoas negras que foram importantes e contribuíram não apenas para com o movimento, mas também para com a formação sócio-histórica e cultural do Brasil como um todo. “ Com nosso projeto de extensão, visa-se (re)pensar o ensino de História do Brasil, a partir de trajetórias de vidas, ou seja, de biografias negras, a fim de reafirmar a nossa ancestralidade africana e afro-brasileira, combatendo-se o racismo, o bullying, as múltiplas práticas de discriminações. Dessa forma, propõe-se promover o ensino de História na perspectiva da Educação antirracista, feminista e em Direitos Humanos”, enfatiza Ana Lúcia.

Na oficina do dia 13, os estudantes da Escola Levindo Lambert conheceram a história de Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista negra do Brasil e responsável por publicar o livro “Úrsula”,  o primeiro romance abolicionista do país.

A atividade contou, também, com a presença de Mário Sérgio Soares, representante do movimento negro nacional e integrante das organizações “Coalizão Negra por Direitos” e “Movimento Negro Unificado” (MNU). Para ele, o conhecimento de biografias negras é uma forma de combater o racismo e desconstruir as narrativas coloniais da história oficial. “Este projeto de extensão permite que crianças e adolescentes conheçam a universidade e queiram estudar aqui. É de dar esperança no futuro”, elogia.

No dia 24, a personalidade apresentada foi Chiquinha Gonzaga, importante compositora, musicista e maestrina abolicionista brasileira, que viveu no século XIX. Participam das oficinas as voluntárias Bruna Neves Rodrigues e Maria Fernanda Moreira de Freitas, discentes do curso de Pedagogia, e Adriene Marques Moreira, Camila Cristina Fernandes e Rafaela Neves Meireles, mestrandas do programa de pós-graduação em Educação da UNIFAL-MG (PPGE) e orientandas da Profa. Ana Lúcia da Silva. Todas, voluntárias do projeto de extensão.

Participantes do Projeto de Extensão “Consciência Negra o ano todo” (Foto: Dicom/UNIFAL-MG).

Nos próximos meses, serão apresentadas as biografias de Francisco José do Nascimento, jangadeiro conhecido como Dragão do Mar; Luiz Gama, advogado abolicionista; André Rebouças e Endina Alves Marques, engenheiros; Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo e Lélia Gonzalez, escritoras; Antonieta de Barros, jornalista e professora; Laudelina de Campos, militante do Partido Comunista Brasileiro; e Ruth de Souza, primeira atriz brasileira a ser indicada a um prêmio internacional de cinema.

Siga o Instagram do projeto Consciência Negra o ano todo e assista ao vídeo da professora Ana Lúcia da Silva.

Acesse aqui para ver o vídeo de apresentação do projeto gravado pela coordenadora.

*Luana Bruno é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG.

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