O projeto de extensão “Consciência negra o ano todo, de janeiro a janeiro – 2ª Edição 2025”, realizou, nos dias 13 e 20 de março, as oficinas “Maria Firmina dos Reis e suas escrevivências” e “Chiquinha Gonzaga”. Os eventos foram organizados pela professora Ana Lúcia da Silva, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), e contaram com a participação de estudantes, professoras e profissionais de apoio ao desenvolvimento humano (ADH) do ensino fundamental II da Escola Estadual Levindo Lambert. As oficinas acontecem até dezembro de 2025.
De acordo com a professora, as atividades do projeto foram idealizadas com base em pesquisas desenvolvidas durante seu doutorado em História, período no qual estudou a formação da opinião pública sobre a história negra no Brasil. “Meu estudo foi realizado a partir de biografias negras, audiovisuais, literatura negra e documentos oficiais do Arquivo Público do Estado do Paraná”, explica.

O objetivo das oficinas é apresentar a história de pessoas negras que foram importantes e contribuíram não apenas para com o movimento, mas também para com a formação sócio-histórica e cultural do Brasil como um todo. “ Com nosso projeto de extensão, visa-se (re)pensar o ensino de História do Brasil, a partir de trajetórias de vidas, ou seja, de biografias negras, a fim de reafirmar a nossa ancestralidade africana e afro-brasileira, combatendo-se o racismo, o bullying, as múltiplas práticas de discriminações. Dessa forma, propõe-se promover o ensino de História na perspectiva da Educação antirracista, feminista e em Direitos Humanos”, enfatiza Ana Lúcia.
Na oficina do dia 13, os estudantes da Escola Levindo Lambert conheceram a história de Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista negra do Brasil e responsável por publicar o livro “Úrsula”, o primeiro romance abolicionista do país.
A atividade contou, também, com a presença de Mário Sérgio Soares, representante do movimento negro nacional e integrante das organizações “Coalizão Negra por Direitos” e “Movimento Negro Unificado” (MNU). Para ele, o conhecimento de biografias negras é uma forma de combater o racismo e desconstruir as narrativas coloniais da história oficial. “Este projeto de extensão permite que crianças e adolescentes conheçam a universidade e queiram estudar aqui. É de dar esperança no futuro”, elogia.
No dia 24, a personalidade apresentada foi Chiquinha Gonzaga, importante compositora, musicista e maestrina abolicionista brasileira, que viveu no século XIX. Participam das oficinas as voluntárias Bruna Neves Rodrigues e Maria Fernanda Moreira de Freitas, discentes do curso de Pedagogia, e Adriene Marques Moreira, Camila Cristina Fernandes e Rafaela Neves Meireles, mestrandas do programa de pós-graduação em Educação da UNIFAL-MG (PPGE) e orientandas da Profa. Ana Lúcia da Silva. Todas, voluntárias do projeto de extensão.

Nos próximos meses, serão apresentadas as biografias de Francisco José do Nascimento, jangadeiro conhecido como Dragão do Mar; Luiz Gama, advogado abolicionista; André Rebouças e Endina Alves Marques, engenheiros; Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo e Lélia Gonzalez, escritoras; Antonieta de Barros, jornalista e professora; Laudelina de Campos, militante do Partido Comunista Brasileiro; e Ruth de Souza, primeira atriz brasileira a ser indicada a um prêmio internacional de cinema.
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Acesse aqui para ver o vídeo de apresentação do projeto gravado pela coordenadora.
*Luana Bruno é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG.