Mil é o número de vezes em que os ouvintes da Rádio Federal FM 101,3 escutaram a frase “Olá, pessoal! Iniciamos agora o quadro Fale com a UNIFAL, onde você pergunta e a universidade responde…”. A vinheta, que marca a abertura de cada episódio do projeto de extensão Fale com a UNIFAL, vem sendo propagada desde 2020, quando o programa foi criado como forma de combater a desinformação ao responder dúvidas da população, com escuta atenta e conhecimento qualificado.

“Mais do que um número, esse marco representa mil conversas entre a universidade e a sociedade — uma experiência inédita e pioneira de extensão universitária, pautada pela escuta ativa, resposta acessível e compromisso com a divulgação científica”, comenta Pedro Rosalen, professor vinculado à Faculdade de Ciências Farmacêuticas, ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPGCB) e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), e um dos coordenadores da iniciativa.
O Fale com a UNIFAL é uma das principais ações do programa institucional de extensão A Voz da Ciência, coordenado pelo professor Lucas Lopardi Franco — também da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, em coordenação adjunta com o professor Pedro Rosalen. A iniciativa conta com a colaboração de profissionais que, desde 2020, contribuem para manter um canal permanente de diálogo entre a Universidade e a população. Participam do projeto também os professores Marcos José Marques (Instituto de Ciências Biomédicas), Evelise Aline Soares (Faculdade de Medicina) e Luciene Alves Moreira Marques (Faculdade de Ciências Farmacêuticas).
A força de uma comunidade unida pela ciência

O sucesso do projeto é resultado da confiança e da participação ativa da comunidade, uma vez que a população envia perguntas à equipe para serem respondidas por especialistas. Conforme a equipe do projeto, além de cidadãos de Alfenas e região, há participação de ouvintes de outros estados do Brasil e até de países como Portugal, Moçambique, Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Japão, alcançados pela Rádio Federal FM e pelas plataformas digitais da Universidade.
“Merece destaque a coordenação competente dos trabalhos da Rádio Federal do professor Eduardo Tonon de Almeida, do Instituto de Química da UNIFAL-MG, que, desde 2020, confiou no potencial da proposta e a apoiou integralmente”, ressalta o coordenador adjunto. “Com o respaldo da então pró-reitora de Extensão, a professora Eliane Garcia Rezende, o professor Tonon conduziu, com excelência, a veiculação de todos os mil áudios, abrindo espaço para o projeto na grade da rádio e tornando sua realização possível”, explica.
Atualmente, a gestão do programa é realizada por estudantes de graduação. O acadêmico Marcos Felipe Teodoro Braga, do curso de Medicina, coordena a organização geral do projeto, enquanto a estudante Ludmila de Souza Silva Rogério, do curso de Farmácia, atua nas edições e nas publicações nas redes sociais.
Informações científicas acessíveis à população


O projeto surgiu durante a pandemia da COVID-19, período em que abordou temas ligados às dúvidas que angustiavam a população quando à vacina, naquele momento. Ao longo do tempo, a proposta ampliou o escopo com outras temáticas do cotidiano e interesse público. Os episódios são organizados em temporadas temáticas. Nos últimos cinco anos, foram apresentados assuntos como: Clima e meio ambiente (“Que calor é esse?”), Saúde e bem-estar (“Cárie dental”; “Neurociência”), Inclusão e diversidade (“Cotas nas universidades públicas – 20 anos” e “Comunidade LGBTQIA+ e inclusão universitária”) e Justiça social e equidade (“Diversidade: raça e gênero”).
“O projeto reafirma que a ciência deve ser compreensível e acessível a todos. Traduzir, explicar, conversar — essas também são tarefas do fazer científico, especialmente em tempos de desinformação e negação da ciência”, reforça o professor Pedro Rosalen. “A Voz da Ciência é, assim, uma ponte entre laboratórios e a vida real, entre o saber acadêmico e os saberes populares, entre a universidade e o país”, acrescenta.
Segundo o coordenador adjunto, ao longo das edições, dezenas de professores, técnicos, pesquisadores e estudantes participaram ativamente, utilizando uma linguagem acessível, sem perder o rigor científico.
Mil perguntas, mil mundos
Conforme relata o professor Pedro Rosalen, as perguntas que inspiraram os áudios vêm de vozes plurais. São enviadas por estudantes, agricultores, aposentados, professores, donas de casa, adolescentes e trabalhadores em geral, e todas acolhidas com respeito e seriedade. “Algumas foram mais complexas, outras carregadas de humor e curiosidade”, diz.
Entre as perguntas já recebidas, a equipe já respondeu se a vacina da COVID-19 altera o DNA; se quem tem diabetes pode comer mel; se inseto tem coração; se dormir com o celular perto da cabeça faz mal e até a pergunta: “Os peixes peidam?”
“Essa pergunta foi realmente enviada por um ouvinte, e prontamente respondida com bom humor e fundamentação científica por um docente da Universidade”, comenta Pedro Rosalen.
Mais que ciência, um compromisso ético e social
Para o professor, o “Fale com a UNIFAL” é um exemplo do compromisso ético, social e acadêmico da Universidade com a sociedade. “Falar com a população é reconhecer que o que fazemos na universidade pública não pertence apenas a nós, mas ao povo brasileiro. Devolver esse conhecimento por meio do diálogo, da escuta e da educação é parte fundamental da nossa missão institucional”, afirma.
Com o marco de mil áudios, o projeto celebra a construção coletiva, o valor da escuta, o compromisso com a verdade e o papel transformador da extensão universitária. “O projeto reafirma, sobretudo, que a universidade pública brasileira é uma ferramenta de transformação, inovação e justiça social”, salienta. “Que venham os próximos mil áudios — sempre com ciência, afeto e compromisso”, finaliza.
Confira as atividades do programa A Voz da Ciência no Instagram, no YouTube e pela Rádio Federal FM (101.3)
As ações podem ser acompanhadas também pelo o hub digital de links: https://linktr.ee/vozdaciencia