O livro “O crônico problema da qualidade das águas em São Paulo: críticas e sugestões”, organizado pela editora da Universidade de São Paulo (USP), foi lançado no dia 06/08, na forma de e-book, e pode ser acessado gratuitamente no portal do Instituto de Biociências da Universidade. A obra foi escrita por Sheila Cardoso da Silva, professora visitante no Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da UNIFAL-MG, Marcelo Pompêo, professor do Departamento de Ecologia da USP, e por Viviane Moschini, professora associada da UNESP.

A publicação, de 64 páginas, é dividida em 15 seções, que apresentam diferentes quadros de degradação de mananciais e, também, os programas de monitoramento estabelecidos pela legislação. Segundo Sheila Cardoso, “Neste livro, buscamos discutir temas de interesse da sociedade, principalmente, voltados à qualidade das águas brutas e dos sedimentos de reservatórios”, afirma. “A discussão sobre o que é qualidade passa por compreender como a água e os sedimentos afetam a nossa saúde e a biota do planeta, mas também como impacta a geração de emprego e renda”, continua.
Além disso, nas palavras da docente, os autores, ao organizarem o texto, preocuparam-se em tecer críticas e apontar sugestões às normativas vigentes, em especial à Resolução CONAMA nº 357, responsável por estabelecer a classificação dos corpos de água superficiais e as diretrizes ambientais para o seu enquadramento, ao Decreto nº 10.755, à Portaria GM/MS nº 888, que determina procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e à Resolução CONAMA nº 467, que dispõe critérios para autorização do uso de produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos no controle de organismos ou contaminantes em corpos hídricos superficiais.


Conforme Sheila Cardoso, a obra visa centrar esforços para refletir sobre como podemos rever quadros de degradação de nossos mananciais. “O texto foi motivado, também, pelas recentes notícias jornalísticas que retratam possíveis melhorias na qualidade das águas de alguns rios, publicadas em meados de 2024 e em 2025”, enfatiza.
O livro, além de apresentar sólido embasamento técnico-científico, também se destaca por sua relevância prática, política e social. Por esta razão, para a professora, a publicação é acessível a um público amplo e interdisciplinar, especialmente àquele interessado em assuntos de sustentabilidade dos recursos hídricos. “Acredito que estudantes, pesquisadores das Ciências Ambientais e áreas correlatas, consultores, técnicos e gestores públicos da área ambiental, representantes da sociedade civil organizada e leitores engajados em questões ambientais podem se interessar pela obra”, pontua.
Conforme texto apresentado no prefácio, “é urgente discutir a gestão da água sob a ótica da sustentabilidade, com normas que de fato respeitem e vida e protejam o meio ambiente, excluindo aquelas que unicamente garantam o lucro para poucos e permitem degradar os nossos mananciais, deixando um passivo ambiental para todos.”
*Luana Bruno é estagiária da Diretoria de Comunicação Social da UNIFAL-MG.