SUICIDAS: A roleta russa de Raphael Montes

Suicidas, de Raphael Montes, é um thriller/suspense policial que conta a história de uma roleta russa que aconteceu entre adolescentes do Rio de Janeiro. O livro é envolto pelo mistério e a dúvida de o que levou ao suicídio coletivo dos nove jovens. Um ano após o incidente, algo é descoberto: o diário de um dos jovens que conta em detalhes tudo o que aconteceu, mas será que foi assim?

Imagem da capa do livro. (Reprodução/Internet)

Descobrimos que por trás de tudo estava Alê, um dos adolescentes que supostamente estava morto com os colegas. Ele descobriu o modo de convencer cada um a querer tirar a própria vida, manipulou todos a seu redor e até forjou sua morte, tudo isso com a ajuda de sua mãe. A motivação para tal barbaridade é simples: fama. Alê queria ser escritor e precisava de algo chocante para que sua história fosse um sucesso.

A história  é intercalada por dois momentos: os relatos escritos pelo protagonista Alê em seu diário, e a leitura dessa história na delegacia de polícia, onde estão os pais dos “suicidas”. Nesse segundo momento, podemos perceber a tristeza e a tensão das mães dos jovens, ao receberem a notícia de tudo o que houve naquela noite com seus filhos e por ordem que cada um viera a falecer.

A narrativa é muito bem construída, conta os pontos em que Alê usou para manipular cada um e como saiu impune de tudo. A história é extremamente pesada, tendo cenas de necrofilia, abuso de drogas, suicídio, pressão psicológica e vários outros. Por isso, a quem se interessar a ler, é de extrema importância se atentar aos gatilhos. O grande “plot” da história é descobrirmos que a nova identidade de Alê se chama Raphael Montes, o que por um momento nos faz esquecer que a história é ficção e acabar pensando “Será que isso é real?”. A cena em que isso é revelado nos pega de surpresa por ser o mesmo nome do autor do livro.

Raphael Montes (o verdadeiro, não Alê) traz em todos seus livros a perspectiva do egocentrismo da população e da falta de limite para conseguir o que almeja. De caráter mórbido, trata-se de uma história reflexiva. Tal livro trouxe para o autor o lugar de finalista no prêmio Benvirá, no ano de 2012. Suicidas foi o primogênito e abriu muitas portas para o autor, sendo reconhecido como um grande nome no romance policial brasileiro. No ano de 2020, seu livro Bom dia Verônica foi adaptado em série para o streaming Netflix e teve grande participação no desenvolvimento do seriado. Neste ano, teve seu lançamento mais recente, o livro Uma família feliz, publicado pela editora Companhia das Letras, e até o momento já teve mais de 500 mil exemplares vendidos.

Paratexto editorial Resenha Crítica, produzido no âmbito da disciplina “Introdução à Editoração”, ministrada pela professora Flaviane Faria Carvalho, em parceria com os projetos +Ciência (FAPEMIG/UNIFAL-MG) e Laboratório de Estudos Editoriais (PROEC/UNIFAL-MG).

Evelyn Vitória de Souza Gomes é estudante do 2º período do curso de Letras/Bacharelado em Língua Portuguesa da UNIFAL-MG.

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