A ciranda das mulheres sábias: quando uma pessoa vive de verdade, os outros também vivem…

Quando uma pessoa vive de verdade, todos os outros também vivem… O que reprime nossa percepção? O que impede de ser você? O que é ser sábia em tempos de redes sociais, onde tudo é perfeito e com filtros? No livro A Ciranda das mulheres sábias, da Editora Rocco, a autora, Clarissa Pinkola Estés, nos … Ler mais

Becos da Memória: um dos mais relevantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira

A obra Becos da Memória tem como característica a construção do cotidiano opressivo, o desafio de dialogar através de relatos e uma crônica da apartação social. O lirismo também é característico e importante, pois a autora indaga, como poucos, questões primordiais e impactantes sobre a sociedade brasileira. Conceição traduz a humanidade de forma que o … Ler mais

“VÉSPERA”: os momentos que nos conduzem ao descontrole

“O puçá da vida, com sua rede inescapável, baila à espreita…Entre gestos, olhares, palavras, vazios,intensidades e, súbito, como se fossem borboletas,recolhe a véspera de uma dor, o desamparo sempalavras, a sutil alegria, a faísca cadente, o assombrofugidio e o desejo… E, assim, aprisiona o tempo e o fazcorpo marcado.” (p.226) Em Gênesis 4, aprendemos a … Ler mais

Pensando na contramão

A inteligência estaria respirando só por aparelhos, não fossem intelectuais como a argentina Ariana Harwicz. Em seu recente O ruído de uma época (2024), ela trafega quase o tempo todo na contramão do que anda passando por pensamento “progressista” – e com o qual, aparentemente, sua única convergência é a enfática defesa do direito ao … Ler mais

Escritor no hospício

Afonso Henriques de Lima Barreto foi, em certo sentido, o anti-Machado de Assis; o exercício da literatura jamais lhe trouxe qualquer proveito como meio de ascensão social. Machado obteve uma posição confortável, a partir dos trinta e poucos anos, na sociedade do Rio de Janeiro, capital do Império; chegou a firmar com sua editora contratos … Ler mais

Evidências, isso mesmo

O extremismo prospera em coletividades burras. Ora, a estupidez não é espontânea na maioria das pessoas, ou do contrário seria obrigatório descrer da Humanidade por princípio. Basta observar a agudeza mental típica das crianças, que, quando se atrofia na vida adulta, é resultado de uma educação entorpecedora da inteligência e da sensibilidade. No cultivo da … Ler mais

Decadentismo à brasileira

Vistos em perspectiva histórica, os contos de Dentro da noite (1910) são uma espécie de antídoto antimodernista. João do Rio era um ótimo escritor, mas mobilizava em sua ficção técnicas narrativas ainda totalmente presas à estética do século XIX. É por isso que não tem sentido compará-lo a Machado de Assis, que, além de ter … Ler mais

Viver numa prisão da Sibéria

Quem pensa na Sibéria apenas como um imenso território gelado está, segundo Dostoiévski, muito enganado. O narrador de Recordações da casa dos mortos (1862) pinta certa região daquela província russa como sendo formada por terras muito férteis e, durante o verão, bastante calorentas. De fato, aliás, o suposto compilador, pois o narrador já estava morto … Ler mais

Sobre as esperas inúteis

Ser universal e atemporal, independentemente das coordenadas em que foi escrito, é a primeira condição para a grandeza de um livro. O deserto dos tártaros (1945), de Dino Buzzati, é uma dessas obras grandes. E seu valor também se expressa na realização perfeita do enredo, cuja economia o torna um modelo de narrativa moderna. Em … Ler mais

Lucidez sem consolo

Por “culpa” de Freud, terá surgido boa parte de todo o patoá intelectualês capitulado de pós-moderno. Assim como Marx, o criador da psicanálise expôs evidências de que o real se constitui fora de nosso campo visual; a realidade, sua aparência, surge enganosamente à nossa percepção como compreensível por meio dos sentidos – o que Platão … Ler mais

Bem longe do clichê

No final, é um romance sobre o amor, a morte, o destino. O que o faz diferente das narrativas estereotipadas sobre os mesmos temas é o estilo, é a técnica narrativa. O amante (1984), livro de maior sucesso da francesa Marguerite Duras, parece ter sido escrito com a intenção de mostrar que os sentimentos-clichê não … Ler mais

Clássico e maldito

A imagem é uma arte criada com um fundo escuro com as palavras "Montra por Eloésio Paulo" escritas no topo, em branco e azul. À esquerda, há a foto do colunista Eloésio Paulo, que é um homem de pele clara e cabelos grisalhos, usando uma camisa social bege, sorrindo para a câmera. Ao centro-direita, há a capa do livro. O título está escrito em letras grandes e decorativas no topo.

Fernando Fiorese, mineiro de Pirapetinga, certamente não é o primeiro poeta a flertar com a prosa, nem o primeiro prosador a experimentar os limites e possibilidades da poesia. Mas o hibridismo que ele se propõe plasmar em Romance dos desenganados do ouro & outras prosas (2024) resulta em obra das mais relevantes no contexto da … Ler mais

Bukowski, o “tóxico”

A imagem é uma arte criada com um fundo escuro com as palavras "Montra por Eloésio Paulo" escritas no topo, em branco e azul. À esquerda, há a foto do colunista Eloésio Paulo, que é um homem de pele clara e cabelos grisalhos, usando uma camisa social bege, sorrindo para a câmera. Ao centro-direita, há a capa do livro. O título está escrito em letras grandes e decorativas no topo.

Charles Bukowski, morto em 1994, foi inicialmente publicado no Brasil pela lendária Editora Brasiliense, de Caio Graco Prado, e tornou-se logo um dos escritores mais lidos por aqui. Sua atual editora, a gaúcha L&PM, esgota tiragem atrás de tiragem de uns vinte títulos dele publicados em sua coleção de bolso. Isso apesar de Bukowski ser … Ler mais

Crônica da vaidade literária

Embora o mundo e a condição humana ofereçam sempre material novo e abundante para a ficção, fugir ao óbvio se tornou crescentemente difícil desde a liberação, no período que chamamos “modernista”, de todas as possibilidades de experimentação com a linguagem e as formas narrativas. É angustiante, para os escritores que se preocupem com a originalidade … Ler mais

Políticas

A imagem é uma arte criada com um fundo escuro com as palavras "Montra por Eloésio Paulo" escritas no topo, em branco e azul. À esquerda, há a foto do colunista Eloésio Paulo, que é um homem de pele clara e cabelos grisalhos, usando uma camisa social bege, sorrindo para a câmera. Ao centro-direita, há a capa do livro "Política" de João Ubaldo Ribeiro em estilo tipográfico retrô. O título "João Ubaldo Ribeiro" está escrito em letras grandes e decorativas no topo, com "Política" logo abaixo em letras vermelhas destacadas. Abaixo disso, há um subtítulo em letras brancas dentro de um retângulo azul escuro: "Quem manda, por que manda, como manda."

“A realidade social parece fácil de perceber quando estamos falando abstratamente sobre ela, mas não quando estamos imersos nela.” Assim João Ubaldo Ribeiro justifica sua iniciativa de escrever um livro sobre “quem manda, por que manda, como manda” no Brasil. O romancista de Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro, que era bacharel em direito … Ler mais

Um Balzac decepcionante

A imagem é uma arte criada com um fundo escuro com as palavras "Montra por Eloésio Paulo" escritas no topo, em branco e azul. À esquerda, há a foto do colunista Eloésio Paulo, que é um homem de pele clara e cabelos grisalhos, usando uma camisa social bege, sorrindo para a câmera. Ao centro-direita, há a capa do livro "A Mulher de Trinta Anos" de Honoré de Balzac, com uma ilustração de uma mulher de chapéu em tons de verde. Abaixo da capa, há um banner azul com o título do livro e o nome do autor em letras brancas.

Até quem jamais leu um livro de Honoré de Balzac sabe, em geral, que o adjetivo balzaquiana é usado para designar uma mulher madura. Essa, por assim dizer, mitologia radica escassamente num único capítulo do romance A mulher de trinta anos (1834), que está entre os mais conhecidos títulos da volumosa obra do escritor francês. … Ler mais