A UNIFAL-MG se tornou pioneira devido a uma iniciativa inovadora e sustentável que promete transformar a gestão de resíduos da indústria vinícola no Sul de Minas Gerais. Sob a coordenação do professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Marcelo Aparecido da Silva, o projeto “Transformação de resíduos da indústria vinícola do Sul de Minas Gerais em produtos de valor agregado” visa reaproveitar resíduos como engaço, bagaço, sementes e borra, transformando-os em produtos de alto valor agregado.
Segundo o docente, entre as possibilidades de aplicação estão cosméticos, alimentos funcionais e até medicamentos ou insumos químicos. “Atualmente, esses resíduos são tratados como descarte, gerando impactos ambientais negativos. Nosso objetivo é transformar esses resíduos em recursos valiosos, promovendo um ciclo completo de aproveitamento e impulsionando a economia circular,” explica o Prof. Marcelo. A pesquisa, que começou em fevereiro de 2024 e se estenderá por três anos, já apresenta resultados promissores na identificação de compostos fenólicos ativos e na comprovação da atividade antioxidante desses componentes.
O impacto do projeto é duplo: ele reduz a quantidade de resíduos e poluição, ao mesmo tempo que cria novas oportunidades de negócios para vinícolas e produtores locais, gerando desenvolvimento econômico na região. “Estamos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente o ODS 12, que trata de consumo e produção responsáveis,” destaca.
A iniciativa conta com a colaboração de uma equipe multidisciplinar, incluindo pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), além de alunos da UNIFAL-MG. O projeto também é apoiado institucionalmente pela CAPES, por meio da chamada PROEXT-PG, integrando pela primeira vez Pós-Graduação e Extensão em um edital público.
Perspectivas Futuras
Com base em experiências iniciais realizadas na UNICAMP por Pedro Rosalen, atualmente professor visitante na UNIFAL-MG, e na USP por Severino Alencar, a iniciativa busca soluções sustentáveis para o significativo aumento de resíduos que a intensificação do cultivo de uvas gerou. “Esses resíduos são ricos em compostos bioativos, como antioxidantes e antimicrobianos, que têm grande potencial para serem transformados em produtos valiosos para diversas indústrias,” afirmou a equipe do projeto.
O projeto, desenvolvido no Laboratório de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Laboratório de Bioprocessos e Laboratório de liberação de fármacos da UNIFAL-MG, pretende oferecer alternativas sustentáveis e economicamente viáveis para a destinação dos subprodutos vinícolas. A equipe espera que o projeto contribua para a construção de uma economia circular sustentável no setor vitivinícola da região. “Este projeto não apenas avança na ciência e no desenvolvimento tecnológico, cumprindo a missão da universidade de produzir conhecimento e inovações, mas também propõe à sociedade e ao agronegócio soluções práticas que beneficiam o meio ambiente, a economia e a comunidade regional”, reforça o coordenador da ação.
O projeto é uma interface da pesquisa e extensão e conta com o apoio de uma equipe diversificada que inclui: Marcelo Aparecido da Silva (coordenador), Renata Vieira da Mota (colaboradora EPAMIG), Masaharu Ikegaki (colaborador), Flávia Chiva Carvalho (vice-coordenadora), Pedro Luiz Rosalen (colaborador), Severino Matias de Alencar (colaborador), Marcelo Franchin (colaborador), Rafaela Franco Dias Bruzadelli (doutoranda) e Giovanna Aguiar de Biaso (mestranda).
Recentemente, em 27/11, o projeto “Transformação de resíduos da indústria vinícola em produtos de valor agregado” recebeu um importante reconhecimento ao ser contemplado com recurso financeiro na Chamada FAPEMIG nº 12/2024, destinada ao fortalecimento e consolidação da pesquisa na EPAMIG. O projeto foi um dos 24 aprovados, entre 80 propostas submetidas, e receberá R$ 2.494.986,92 para continuar seu desenvolvimento. Confira o resultado neste link.