“Mulheres em Águas de Piratas: vozes insurgentes da América Latina, África e Ásia em luta contra o patriarcado” – Sílvia Ester Orrú

Atualizado em 24 de junho de 2024 às 11:39

(Capa do livro)

Acaba de ser lançado, pela editora Dialética, o livro “Mulheres em Águas de Piratas: vozes insurgentes da América Latina, África e Ásia em luta contra o patriarcado”, que se destaca como uma leitura importante para aqueles que desejam compreender melhor o patriarcado e as lutas das mulheres nesse contexto. A obra foi produzida pela professora Sílvia Ester Orrú, do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da UNIFAL-MG Poços de Caldas, e conta com histórias de mulheres de países da América Latina, da África e da Ásia.

(Capa do livro)

Em 728 páginas, a publicação aborda questões como a   violência de gênero, a desigualdade de direitos, a discriminação racial, bem como as formas de resistência e organização das mulheres. A autora apresenta os temas por meio dos relatos de mulheres entrevistadas e, ao mesmo tempo em que evidencia questões da América Latina, África e Ásia, também compartilha as próprias experiências e observações, enriquecendo a narrativa.

No decorrer dos 28 capítulos, é possível acompanhar falas de mulheres de países como Afeganistão, África do Sul, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Curdistão, El Salvador, Filipinas, Guiné-Bissau, Índia, Líbano, México, Myanmar, Moçambique, Nepal, Palestina, Papua Nova Guiné, Peru, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Venezuela.

“O desejo de tecer este livro se fecundou em mim no último semestre de 2019 após a escrita da obra ‘A Inclusão Menor e o Paradigma da Distorção’, lançada em 2021 pela Editora Vozes. Ao todo, foram três anos de produção mais um ano destinado aos trâmites para publicação”, conta a docente Sílvia Orrú.

Sílvia Ester Orrú é docente do Instituto de Ciência e Tecnologia da UNIFAL-MG. (Foto: arquivo pessoal)

Além das entrevistas, a professora Sílvia Ester buscou por dezenas de livros escritos por mulheres dos continentes estudados a fim de escrever com “articulação teórica emocionalmente extenuante e muito desafiadora pelo desafio feminista, poética e também pessoal”.

“Optei por priorizar citações e referências de mulheres escritoras e cientistas das áreas da Antropologia, Educação, Filosofia e Sociologia como importantes interlocutoras de luta contra a violência de gênero e o machismo enquanto expressões cruéis do patriarcado”, menciona.

Para ela, revisitar a história a partir do olhar e das vozes das mulheres é compreender que elas arrastam consigo as vozes e as histórias de outras gerações para além da perspectiva histórica, restrita ao conteúdo e ao discurso do masculino. “Faz pouco tempo que as mulheres passaram a ocupar a escrita para o (re)conto da história a partir de suas próprias lentes, a problematizar e a (re)significar tudo o que os homens disseram sobre elas e por elas”, afirma, destacando o desafio que as mulheres enfrentam para que a literatura feminina chegue em todos os espaços.

“Embora a história de cada mulher traga questões peculiares acerca das violências coletivas desencadeadas pelo patriarcado às mulheres de seu povo, não é intuito desse livro abrigar o conceito de representação social, uma vez que é impossível que uma voz represente as realidades de muitas outras mulheres, mesmo que sejam afetadas por episódios análogos”, finaliza.

A obra é voltada para todas as pessoas que se interessam pela temática e pode ser adquirida pelo site da Editora Dialética, por meio deste link.

 

 

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