E os piolhos dos decapitados, para onde vão?

Com As horas nuas (1989), Lygia Fagundes Telles parece ter encerrado sua experiência no romance – se não deixou, é claro, algo inédito. E terá feito muito bem, pois o livro indica um projeto romanesco esgotado, tanto que consiste, em boa medida, numa reciclagem de personagens e situações das três narrativas longas que a escritora … Ler mais

Divertida aula de história e política

Não fosse o excesso de didatismo, Erico Verissimo talvez tivesse feito sua obra-prima em Incidente em Antares (1971), conseguindo a difícil proeza de superar Caminhos cruzados (1935). Mas o último romance do escritor gaúcho – autor de uma das obras mais significativas da ficção brasileira moderna – é muito marcado pela preocupação de esclarecer politicamente … Ler mais

Depois, vêm a anta e o curupira

Sorte que não havia, entre os arquitetos do recente surto neofascista brasileiro, ninguém mentalmente apto como Plínio Salgado, líder do movimento integralista, que foi a versão local do fascismo de Mussolini. O escritor modernista (sic), nascido em São Bento do Sapucaí (SP), terminou seus dias como deputado da ARENA, o partido da ditadura militar cujos … Ler mais

Tempo de suaves desatinos

Um adjetivo que Humberto Werneck não recusa ao texto alheio é o melhor para definir o seu próprio: delicioso. É assim, da primeira à última página, O desatino da rapaziada (1992), sua pequena história do jornalismo em Belo Horizonte. O subtítulo “Jornalistas e escritores em Minas Gerais” amplia um pouco demais o escopo dessa história, … Ler mais

A civilização pelo corno

Mesmo quem não é grande admirador de Jorge Amado precisa reconhecer-lhe uma qualidade: o escritor baiano foi capaz de notável evolução desde seus primeiros romances, apoiados sobre bisonhos esquemas ideológicos atrelados ao realismo socialista ditado pela política “cultural” de Stálin e de seu ministro Jdanov, o congênere soviético de Goebbels. Recordemos que Amado, mesmo tendo … Ler mais

“Qual é o problema das Gramáticas Normativas?” e “Morfologia para a Educação Básica” – Celso Ferrarezi Júnior

  O mês de outubro contemplou o lançamento de mais duas obras do professor Celso Ferrarezi Júnior, do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UNIFAL-MG. “Qual é o Problema das Gramáticas Normativas?” (2ª edição, ampliada e revisada) e “Morfologia para a Educação Básica” (1ª edição) são livros dedicados à formação de professores, escritos com … Ler mais

Como não ser senhor de engenho, por Eloésio Paulo

O título de Banguê (1934), que no futuro será fatalmente pronunciado errado pela maioria das pessoas, graças à estupidíssima extinção do trema em nossa mais recente reforma ortográfica, também desfiguradora de belas palavras devido à bagunça que fez com o hífen, não deve atrair muitos leitores para o livro de José Lins do Rego. Afinal, … Ler mais

Graciliano como personagem, por Eloésio Paulo

  Um escritor que também é teórico corre, ao escrever ficção, sério risco de transformá-la em ensaísmo. Não escapou a esse risco o crítico Silviano Santiago, mineiro de Formiga, no caderno de notas imaginário Em liberdade (1981), que mesmo assim é seu melhor romance e um dos mais relevantes escritos sob o regime militar de … Ler mais

Bicentenário da Independência do Brasil, por Mário Danieli Neto

No Bicentenário da Independência do Brasil, convidamos para uma reflexão acerca de um dos personagens mais marcantes de nossa História: José Bonifácio de Andrada e Silva. Nascido em Santos (SP) em 1763, estudou na Universidade de Coimbra, onde formou-se em filosofia e direito e, posteriormente, formou-se em mineralogia pela Universidade de Freiburg. Faleceu em Niterói … Ler mais

Somente diversão, mas da boa, por Eloésio Paulo

Algum crítico literário dos anos 80 – teria sido José Paulo Paes? – reclamou que faltava literatura de entretenimento no Brasil. Sua tese era que, não havendo leitura por diversão em larga escala, dificilmente se formaria um público suficiente para o florescimento de uma literatura nacional vigorosa. O argumento é bem plausível, e, particularmente no … Ler mais

Lá ao longe, uma ditadura, por Eloésio Paulo

As meninas são três: Lia, Lorena e Ana Clara. Esta, também chamada Ana Turva pelas colegas, devido a seu modo de viver, mais para a escuridão do que para a claridade. Elas são, ou foram, estudantes que moram num pensionato de freiras em São Paulo. A época, os anos mais trevosos do regime militar imposto … Ler mais

Retornando a um genocídio, por Eloésio Paulo

Os que desejam apagar a história recente do Brasil têm razão. Sim, pois uma razão pervertida continua a ser – ao menos na superfície – razão. Veja-se, a propósito, o mais recente livro de Frei Betto: ele recupera, com base em farta documentação, um episódio que os apologistas do nosso capitalismo caboclo prefeririam deixar no … Ler mais

A importância de não ser Franz, por Eloésio Paulo

Não é que o escritor conte uma história sem pé nem cabeça. É que os pés e a cabeça, como num quadro cubista, talvez não estejam nos lugares previstos. O agressor (1943) já foi comparado também a Beckett e Dostoiévski, mas seu parentesco mais evidente no tronco da literatura ocidental é Kafka. Há mesmo um … Ler mais

“Mulheres no Cristianismo Primitivo: poderosas e inspiradoras” – Cláudio Umpierre Carlan et al.

  O papel das mulheres nas dinâmicas primordiais do cristianismo é o tema do novo livro lançado pelo pesquisador Cláudio Umpierre Carlan, professor do curso de História do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UNIFAL-MG. Organizada em parceria com os pesquisadores, Pedro Paulo Funari — professor de História Antiga da Unicamp e também … Ler mais

Oswald nos andaimes, por Eloésio Paulo

A primeira informação importante sobre Oswald de Andrade é que ele detestava ser chamado de “Ôswald”, o “horrível proparoxítono” (como o definiu Antonio Candido). Estabelecido isso, por que alguém leria Os condenados ou A trilogia do exílio, obra escrita entre 1917 e 1921? As três narrativas que se encadeiam para relatar a crise espiritual e … Ler mais

“Libras: aprendizagem na vida cotidiana” – Rafael Carlos Lima da Silva

  Como resultado da experiência nas comunidades surdas, convivência com surdos e do trabalho com ensino-aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), o professor de Libras Rafael Carlos Lima da Silva, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UNIFAL-MG, acaba de lançar o livro “Libras: aprendizagem na vida cotidiana”, pela Dialética Editora. Em … Ler mais