Pesquisadores confirmam potencial antioxidante na produção de cerveja com marolo e sabor é aprovado por avaliadores

Resultados de estudo de iniciação científica da UNIFAL-MG reforçam o valor agregado das cervejas com frutas
A foto mostra o acadêmico Tallis Silva, de jaleco branco, carregando uma bandeja com copos de cerveja, contendo líquidos de tonalidades amareladas em um corredor iluminado.
Tallis Vinicius Araujo da Silva, discente do curso de Biotecnologia, durante a primeira fase da pesquisa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Pesquisadores da UNIFAL-MG, vinculados ao projeto Cerveja com Ciência, produziram cerveja com marolo e testaram o seu potencial antioxidante utilizando diferentes concentrações da fruta. O resultado mostrou que a cerveja com marolo tem maior potencial oxidante e o sabor foi aprovado pelos avaliadores.

A pesquisa integra o projeto de iniciação científica realizado por Tallis Vinicius Araujo da Silva, discente do curso de Biotecnologia, sob orientação dos professores Gabriel Gerber Hornink, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), e Bruno Martins Dala Paula, da Faculdade de Nutrição (FANUT), com auxílio de colegas graduandos dos cursos de Biotecnologia e de Ciências Biológicas.

O marolo foi inserido em diferentes concentrações e em dois momentos durante a produção da cerveja: na fermentação e na maturação. (Foto: Arquivo/Tallis Silva)

Segundo explica o acadêmico, a fruta foi inserida em diferentes concentrações e em dois momentos: na fermentação e na maturação. “Produziu-se cerveja com marolo na maturação que apresentou maior potencial antioxidante e maior preferência com relação aos outros tratamentos – sem marolo e marolo na fermentação”, relata Tallis Silva. “Além disso, os avaliadores não souberam diferenciar as variações na concentração de marolo dos tratamentos, habilitando o uso dos tratamentos que tem maior concentração da fruta para o painel treinado, visto que possuem maior potencial antioxidante e são estatisticamente iguais aos outros, no parâmetro sensorial”, acrescenta.

A avaliação foi realizada em dois momentos: no primeiro, um grupo de 17 avaliadores treinados fez uma análise sensorial das cervejas, classificando-as conforme a intensidade do sabor do marolo. Esses avaliadores, que foram testados quanto à sensibilidade para identificar diferentes sabores, também indicaram as cervejas que mais gostaram. As amostras mais promissoras seguiram para a próxima fase. Já o segundo momento foi o teste de preferência (painel não treinado), em que 84 avaliadores indicaram qual tratamento foi o seu preferido e o quanto gostou de cada amostra. 

Registro feito durante a análise sensorial. (Foto: Arquivo/Tallis Silva)

Mas a ingestão de cervejas ainda apresenta riscos, conforme destaca o autor. “A cerveja com marolo, mesmo com maior potencial antioxidante comparada com a sem marolo, sendo uma bebida alcoólica, apresenta etanol e a ingestão deste, principalmente de forma não moderada, pode contribuir para o aparecimento de várias doenças”, alerta.

Para testar o marolo, Tallis Silva utilizou uma inovação tecnológica chamada pico-fermentadores. “Os pico-fermentadores são adaptações com tubos falcons para fermentação em escala laboratorial, que poderão ser aplicados em diversas áreas e contribuir com as cervejarias em seus testes de qualidade ou de novos produtos”, explica.  e: “Uma vez que validamos esse sistema de fermentadores para escala laboratorial, estamos com novos experimentos avaliando outros parâmetros da fermentação utilizando-se desse sistema”, ressalta o pesquisador sobre a contribuição da tecnologia. 

À esquerda o professor Gabriel Hornink, acompanhado por Tallis Silva e colegas da equipe do projeto. (Foto: Arquivo/Tallis Silva)

O estudo cervejeiro na Universidade já era presente com a atuação do professor Gabriel Hornink, que coordena o projeto “Ciência da cerveja: estudo da influência de variáveis na fermentação no desempenho fermentativo e potencial antioxidante de cervejas”, enquanto que as propriedades do marolo já vem sendo estudadas pelo professor Bruno Dala Paula. 

De acordo com Tallis Silva, a parceria entre os professores provou a ideia de testar a inserção do marolo na cerveja, devido à escassez de pesquisas na área e ao potencial econômico da fruta regional, visto que é uma fruta endêmica do sul-mineiro e com produção cultural de cerveja com o insumo, que pode agregar valor às cervejas com frutas.

A pesquisa recebeu apoio por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica – PIBICT/FAPEMIG.

O resumo do trabalho, apresentado durante o 10º Simpósio Integrado da UNIFAL-MG, pode ser acessado neste link.

Acesse também informações sobre o projeto “Ciência com Cerveja”

 

Rafael Martins da Silva Afeto é acadêmico do curso de Ciências Biológicas (Bacharelado) da UNIFAL-MG e bolsista do projeto +Ciência, cuja proposta é fomentar a cultura institucional de divulgação científica e tecnológica. A iniciativa conta com o apoio da FAPEMIG por meio do Programa Comunicação Pública da Ciência e da Tecnologia para desenvolvimento.

*Texto elaborado sob supervisão e orientação de Ana Carolina Araújo

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