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Pesquisa desenvolvida na UNIFAL-MG aponta rede de apoio como fundamental para aumentar o tempo de vida das pessoas idosas | Jornal UNIFAL-MG

Pesquisa desenvolvida na UNIFAL-MG aponta rede de apoio como fundamental para aumentar o tempo de vida das pessoas idosas


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As redes de apoio social são determinantes para a longevidade das pessoas idosas. Isso é o que aponta um estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da UNIFAL-MG, que analisou como os relacionamentos mantidos por pessoas idosas se associam aos fatores biológicos e influenciam a saúde e o nível de envelhecimento das células.

Para verificar a relação entre a rede de apoio social e o comprimento dos telômeros em idosos, os pesquisadores utilizaram material genético dos indivíduos a fim de mostrar biologicamente como as trocas de ajuda provenientes dos relacionamentos poderiam influenciar os telômeros. “Os telômeros ficam localizados nas extremidades dos cromossomos e seu comprimento tem sido considerado um biomarcador capaz de predizer o nível de envelhecimento celular”, explica a professora Tábatta Renata Pereira de Brito, da Faculdade de Nutrição (FANUT), coordenadora do grupo de pesquisa.

Segundo a pesquisadora, aspectos relacionados a fatores sociais e a exposições ambientais impactam tanto a saúde dos idosos quanto os aspectos biológicos. “Da mesma forma como o tabagismo e a obesidade, a pobreza, o estresse e o isolamento social são fatores de risco para doenças e estão associados a um tempo menor de vida”, comenta.

Os resultados da pesquisa sugerem que quanto mais compridos forem os telômeros, mais devagar as células dos idosos envelhecem. “Nosso estudo é relevante porque reforça essa hipótese”, afirma a professora Tábatta Brito, informando que não foi identificado outro estudo dessa natureza realizado no Brasil.

A pesquisa envolveu entrevistas domiciliares com 448 indivíduos, com 60 anos ou mais, residentes na área urbana de Alfenas, e coleta de sangue para posterior extração de DNA e análise do comprimento do telômero. “Os resultados revelaram que as redes de apoio social das pessoas idosas avaliadas eram compostas, em média, por 16,4 pessoas, sendo que o número médio de familiares era maior que o de amigos. As pessoas idosas que referiram ter até cinco integrantes na rede de apoio, ou seja, uma rede relativamente pequena, apresentaram mais chances de ter menor comprimento dos telômeros”, detalha a coordenadora.

De acordo com os resultados, o grupo identificou que, independentemente da presença de doenças, pessoas que se relacionam mais, vivem mais tempo e que as marcas dos relacionamentos mantidos ao longo da vida ficam registradas no material genético. “Nossos resultados mostram de forma objetiva o efeito das redes de apoio social em um parâmetro biológico, independente da presença de doenças, do uso de medicamentos e da capacidade funcional das pessoas idosas”, detalha.

Os dados contribuem para reforçar a importância dos aspectos sociais para a saúde, conforme indica a pesquisadora. “Infelizmente ainda observamos que as ações de prevenção e tratamento estão muito focadas no uso de medicamentos e procedimentos médicos. Nossos resultados mostram que os aspectos sociais também devem ser considerados”, compartilha.

Atividade do grupo da UNATI. (Foto: Arquivo/UNIFAL-MG)

No trabalho, os pesquisadores também concluem que ações que estimulem a criação, manutenção e expansão de redes de apoio social devem ser implementadas a fim de melhorar a saúde das pessoas idosas. “Atividades em grupo desenvolvidas por serviços de saúde, associações de bairro e igrejas; atividades desenvolvidas por grupos de convivência para pessoas idosas como, por exemplo, as atividades desenvolvidas pela UNATI da UNIFAL-MG; e manutenção de contato frequente com familiares, amigos e vizinhos, podem potencializar troca de apoio afetivo, informações e apoio material”, exemplifica.

Os principais resultados da pesquisa derivam da dissertação de mestrado da acadêmica Alice Regina Costa Barbosa, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da UNIFAL-MG e publicados na revista Rejuvenation Research, neste link. Mas outros estudos do projeto se encontram em andamento. “Mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Pós-Graduação em Nutrição e Longevidade estão estudando a relação do comprimento do telômero com outros aspectos relacionados ao estilo de vida e saúde das pessoas avaliadas”, informa a coordenadora do grupo de pesquisa.

Equipe de entrevistadoras. (Foto: Arquivo/Tábatta Brito)

Além da professora Tábatta Brito na coordenação, e da colaboração da mestra em Enfermagem, Alice Barbosa, o grupo de pesquisa conta também com a contribuição da vice-coordenadora, a professora Daniela Braga Lima (FANUT). Colaboram também os docentes da Universidade, Fabio Antonio Colombo (Faculdade de Ciências Farmacêuticas) e Juliana Barbosa Nunes (Instituto de Ciências Biomédicas). O grupo recebe ainda a colaboração de docentes de outras instituições, como as docentes-colaboradoras da Unicamp, Daniella Pires Nunes e Ligiana Pires Corona; a docente-colaboradora da UFSCar, Ariene Angelini dos Santos Orlandi; a docente-colaboradora da UFAC, Greiciane da Silva Rocha, e a docente-c0laboradora da UFMG, Daniele Sirineu Pereira.

Saiba mais detalhes da pesquisa, acessando o artigo Association of Social Support Network with Telomere Length: A Cross-Sectional Study with Community-Dwelling Older Adults ou a dissertação de Alice Barbosa, disponível na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações.

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