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Estudo da área de Enfermagem aponta a necessidade de haver formação continuada e capacitação prática em cursos de primeiros socorros em ambiente escolar | Jornal UNIFAL-MG

Estudo da área de Enfermagem aponta a necessidade de haver formação continuada e capacitação prática em cursos de primeiros socorros em ambiente escolar


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Os professores são as figuras responsáveis por transmitir conhecimentos, habilidades e valores essenciais para o desenvolvimento integral dos estudantes. No contexto da educação básica, eles também cumprem a missão de garantir a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes sob seus cuidados. Uma pesquisa desenvolvida por pesquisadores da UNIFAL-MG em uma escola de Alfenas, após a realização de um curso de extensão on-line de primeiros socorros para profissionais da educação, levantou reflexões sobre o conhecimento a respeito da segurança no ambiente escolar, apontando a necessidade de haver formação continuada e capacitação prática para o atendimento.

Intitulado “Curso teórico on-line de primeiros socorros na escola: percepção dos professores da educação básica”, o estudo é resultado do trabalho de conclusão do curso de graduação em Enfermagem de Catiane Pereira de Melo. Junto ao colega José César de Araújo, aos professores Silvana Maria Coelho Leite Fava e Rogério Silva Lima, e à enfermeira Roberta Garcia Gomes, a bacharel desenvolveu um artigo que ganhou visibilidade recentemente em um periódico da Universidade da Costa Rica, a Revista Enfermería Actual en Costa Rica.

A pesquisa buscou conhecer as percepções dos participantes do curso on-line de Fundamentos Teóricos de Primeiros Socorros, realizado com a participação dos profissionais do Colégio Águia de Educação Infantil e Fundamental de Alfenas, durante a pandemia. Essa ação foi promovida pelo projeto “Ative: aprendizagem interprofissional em emergências”, do qual participam, o coordenador – professor Rogério Lima; a enfermeira Roberta Garcia Gomes e a professora Silvana Maria Coelho Leite Fava, da Escola de Enfermagem; o professor Anderson de Castro Ribeiro, da Faculdade de Medicina; e estudantes dos cursos de Enfermagem e de Medicina, participantes da Liga Interprofissional de Emergência (LIE).

“Os primeiros-socorros devem ser prestados com mínimos recursos pela primeira pessoa que testemunha a intercorrência. Na escola, é bem provável que o professor seja a primeira pessoa a acessar a criança que sofra alguma condição de emergência”, explica o professor Rogério Lima, coordenador da ação (em pé na foto). (Foto: Arquivo/Rogério Lima)

O coordenador da ação afirma que os primeiros-socorros são medidas fundamentais para preservação da vida e diminuição dos possíveis danos imediatos aos quais está sujeita a vítima, tanto nas situações clínicas quanto nas traumáticas. “Os primeiros-socorros devem ser prestados com mínimos recursos pela primeira pessoa que testemunha a intercorrência. Na escola, é bem provável que o professor seja a primeira pessoa a acessar a criança que sofra alguma condição de emergência”, explica.

Para conhecer as percepções dos professores que participaram do curso, a acadêmica Catiane Melo coletou dados por meio de entrevistas semiestruturadas, mediadas por tecnologia remota, para em seguida fazer a análise temática. Os resultados obtidos a partir da experiência dos profissionais que participaram do curso revelaram dois temas principais e um subtema. O primeiro tema, chamado “Primeiros socorros como um novo objeto para os professores da educação básica”, apontou para o fato de que o curso possibilitou aos participantes o acesso a conhecimentos antes pouco explorados, tornando-se uma nova área de aprendizado.

O segundo tema, denominado “Contribuições do curso on-line: novas aprendizagens em primeiros socorros”, destacou a importância da capacitação para a ampliação do conhecimento dos professores sobre práticas de primeiros socorros. A capacitação permitiu que os participantes compreendessem a relevância das ações iniciais em casos de emergência, contribuindo para um ambiente escolar mais seguro.

Entretanto, o subtema “A falta de aulas práticas como limite da estratégia de ensino” revelou que a ausência de componentes práticos no curso pode ser considerada um ponto de melhoria. “A ausência de conteúdo prático é apontada como um limite da estratégia, porque não oportuniza o desenvolvimento das habilidades psicomotoras”, indica uma das considerações do estudo. No artigo, os pesquisadores sugerem que as instituições educacionais da educação básica disponham de um plano de formação continuada que preveja a capacitação anual dos seus professores, por meio de modalidades híbridas de ensino.

Entre março e maio de 2023, a equipe do projeto capacitou os profissionais da educação básica já de forma híbrida, com estações práticas com manequins para desenvolvimento de habilidades. (Foto: Arquivo/Rogério Lima)

Segundo o professor Rogério Lima, o curso de extensão, objeto de estudo, foi operacionalizado remotamente durante a pandemia, visto que não foi possível oferecer o componente prático, em razão das medidas de distanciamento social. A equipe do projeto achou interessante avaliar como o curso era percebido e os relatos das entrevistas apontaram melhorias para retroalimentar as futuras edições do curso. “Transcorrido o período pandêmico, com avaliação favorável por parte da equipe executora e dos participantes, adotou-se uma metodologia híbrida para favorecer a aquisição e consolidação de conhecimentos fundamentais para formação continuada dos professores nesse campo”, acrescenta.

Entre março e maio de 2023, a equipe do projeto capacitou os profissionais da educação básica já de forma híbrida, utilizando-se a Plataforma Moodle como ambiente virtual de aprendizagem, na qual foram disponibilizadas aulas gravadas e assíncronas, para facilitar o acesso do público-alvo. Nesse curso, os conteúdos dos módulos e questionários aos participantes foram disponibilizados em ambiente virtual, no entanto, ao final, foram disponibilizadas estações práticas com manequins para desenvolvimento de habilidades no próprio ambiente de trabalho dos colaboradores.

“Considerando-se que a população infantil pode apresentar ocorrências durante as atividades escolares, torna-se necessário que os professores e demais profissionais das escolas possuam os conhecimentos básicos para reconhecimento das situações de emergência, acionamento do serviço apropriado – SAMU- 192 ou Bombeiros -193 – e tomada de ações imediatas até a chegada da equipe especializada”, afirma o coordenador.

Vale lembrar que a Lei Lucas (13.722/18) sancionada dia 04/10/2018 determina que as escolas, públicas e privadas, bem como espaços de recreação infantil, capacitem seus colaboradores para prestação de primeiros socorros.

Para conhecer dados do estudo, acesse o artigo aqui.

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